Informativo

30/08/2018

ATIVISMO POLÍTICO DO JUDICIÁRIO CONTRA FERNANDO HADDAD

Setores de direita do Poder Judiciário atuam abertamente na seara política, um componente importante da campanha eleitoral em curso. Fernando Haddad, atual candidato a vice-presidente da República da chapa PT-PCdoB-Pros, encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem sendo vítima dessa prática explícita.

Bem-vindos, prezados eleitores, à reta de chegada da campanha eleitoral de 2018, na qual o que parece não é, e o que é hoje pode deixar de ser amanhã. Diante da miscelânea de falsas questões, ideias sem nexo e fatos incompreensíveis, que é servida diariamente no noticiário político, o que se tem, na maior parte do tempo, é manipulação. É o caso da mais recente onda denuncista que atinge Fernando Haddad, atual candidato a vice-presidente da República da chapa PT-PCdoB-Pros, encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele é acusado por integrantes do Ministério Público de São Paulo de participar de um esquema de propina paga pela UTC Engenharia com base em “palavra de um bandido” — conforme palavras de Haddad, em referência ao ex-presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa —, modus operandi da indústria de delações premiadas da Operação Lava Jato. 

ESFORÇO DA DIREITA

A motivação política da acusação, de acordo com Haddad, é evidente. "De repente, uma coisa de três anos atrás aparece faltando 40 dias para a eleição?", questionou. "O MP tem na mão a palavra de um bandido que mentiu oito vezes para a Justiça e teve seus interesses contrariados aos 44 dias do meu governo", disse Haddad. "Parece que foram oito inquéritos arquivados porque ele não consegue comprovar o que diz." Segundo ele, em "24 anos de governo do PSDB, tem escândalo em todo o canto". "E não há nada, não há nenhum procedimento (de investigação)", constata.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), senadora Gleisi Hoffmann (PR), também criticou a ação do Ministério Público, para ela um ato de "desespero da turma do golpe e dos eleitores do Alckmin com o crescimento de Lula”. “Chega a ser ridículo o esforço da direita com essas ações requentadas", escreveu ela no Twitter. A Executiva Nacional do PT também se manifestou, por meio de nota, afirmando que vai apresentar representação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o promotor Wilson Tafner, responsável pela ação.

Em outra frente de ataque, o juiz Francisco Shintate, da 1º Zona Eleitoral de São Paulo, manteve Haddad como réu num processo em que ele é acusado de caixa dois nas eleições de 2012. Em nota, a assessoria de Haddad afirmou que ele “respeita a decisão judicial, ainda que tenha demonstrado com documentos que todo o material gráfico produzido em sua campanha foi declarado e que não havia razão para receber qualquer recurso não declarado da UTC”.

O comportamento desses integrantes do Ministério Público de São Paulo do São Paulo e do juiz Francisco Shintate é mais um caso flagrante de ativismo político de setores da estrutura do Poder Judiciário. Trata-se, com certeza, de uma das piores práticas que envenenam os atuais usos e costumes do ambiente político brasileiro. Acusações, suspeitas e indícios são divulgados como se fossem provas de culpabilidade — e a pessoa envolvida se vê condenada antes que consiga abrir a boca para dizer uma única palavra em sua defesa. 

DISCERNIMENTO POLÍTICO 

Será preciso muita serenidade emocional e discernimento político para enfrentar o que vem por aí. A esquerda vai enfrentar um incêndio por dia. A direita tem dado sucessivas demonstrações de intolerância à democracia. Como disse Haddad, o país vive um estado de exceção. "Nós estamos vivendo um momento de excepcionalidade democrática. Não estamos vivendo em uma democracia. Estamos vivendo num estado de exceção. Um estado policial. Então, vai ter muito disso", afirmou. 

A direita tem dado sucessivas demonstrações de intolerância à democracia. Os representantes do campo conservador ignoram o povo, com o qual não consegue dialogar, e o próprio bom senso para impor o seu coquetel anti-Lula. Na prática, essas manifestações servem de palco para agentes políticos geralmente sem plateia fazer campanha eleitoral na mídia.

O que está em discussão, mais do que essas teses acusatórias, tão reveladoras da alma da direita, é a dimensão do desafio político dessas eleições. Não é difícil perceber, em ações como essas, obstáculos para as forças que caminham — ou tentam caminhar — em direção a um modelo de soberania nacional, de uma economia socialmente inclusiva, marcada pelo desenvolvimento.

Fonte: Portal Vermelho

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