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12/12/2025

PROTESTOS NO DOMINGO (14) DENUNCIAM A TENTATIVA DE ANISTIAR GOLPISTAS

Entidades convocam atos em todo o Brasil contra o avanço do PL da Dosimetria, que reduz a pena para golpistas e abre brecha para a anistia. Em São Paulo (SP), ato acontece na Av. Paulista.

Por Murilo da Silva

O próximo domingo (14) será marcado por atos em todo o Brasil contra a decisão da Câmara dos Deputados em reduzir a pena dos condenados pela trama golpista. Na prática, observa-se a tentativa de anistiar os golpistas do 8 de Janeiro.

Diversos movimentos estão envolvidos na construção dos atos nacionais, que têm como lema “Sem Anistia pra Golpista”. As frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular fazem parte da organização, que conta com entidades do movimento social, estudantil, sindical e partidos políticos.

Além da posição contrária ao projeto de lei (PL) da dosimetria, que visa atender, principalmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a mais de 27 anos de prisão, as organizações ainda se manifestarão contra a aprovação do Marco Temporal, outro retrocesso que avança no Congresso Nacional.

A UNE (União Nacional dos Estudantes) faz parte das entidades que organizam o ato. A sua presidenta, Bianca Borges, alerta que o que está em jogo não é apenas um detalhe jurídico.

“A dosimetria que se discute hoje pode se transformar, na prática, numa porta aberta para a anistia dos golpistas do 8 de Janeiro. E anistiar golpistas sempre significou, na história do Brasil, autorizar que ataques à democracia se repitam. Por isso é tão importante que esse ato seja grande, visível e plural”, reforça.

Segundo Bianca, a UNE e as entidades estudantis estão fazendo a convocação porque sabem do peso simbólico das mobilizações populares: “Elas colocam limite ao retrocesso. Quando as ruas se movem, o Congresso sente. É assim desde a luta contra a ditadura, foi assim contra o orçamento secreto, e será assim agora, para impedir qualquer tentativa de reescrever um crime gravíssimo como se fosse apenas um tropeço político”, ressalta.

Para completar, a representante dos estudantes é categórica ao dizer que o recado precisa ser firme: “não haverá conciliação possível com quem tentou destruir o país. Democracia não se negocia, não se reduz, não se relativiza. E quanto maior for o ato do dia 14, mais inequívoca será a mensagem de que a sociedade brasileira está atenta, vigilante e disposta a defender a democracia com a mesma coragem com que a conquistou”, entende Bianca.

Para Renê Vicente, vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) nacional e presidente da CTB-SP, o projeto de dosimetria é um novo golpe contra o país.

“A CTB irá se somar às outras centrais sindicais na denúncia desse golpe que está sendo organizado pelo ‘centrão’ no sentido de aplicar uma lei chamada dosimetria, que nada mais é do que dar anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, aqueles que atentaram contra a democracia em nosso país”, explica.

“Este Congresso Nacional está sendo venal aos interesses da classe trabalhadora, aos interesses de toda a sociedade. Não pautam aquilo que é necessário para que a gente possa colocar o Brasil em outro rumo que atenda as demandas da população, mas pautam a defesa de interesses próprios, interesses que não atendem a população e sim a elite do país. Por isso estaremos no dia 14 nas ruas junto com os partidos políticos, movimentos sociais, denunciando esta tentativa de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro”, denuncia Vicente.

Na cidade de São Paulo (SP), o ato deverá acontecer na Avenida Paulista, em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), com início às 14 horas.

O presidente do PCdoB municipal São Paulo, Alcides Amazonas, compreende que o protesto será um “dia cívico, um dia nacional de luta da maior importância”. Conforme explica, o partido tem mobilizado todos os seus meios para fazer com que a convocatória alcance o maior número de pessoas.

“O que aconteceu no Congresso Nacional essa semana foi um verdadeiro tapa na cara da população brasileira, porque tínhamos fechado um ciclo do 8 de Janeiro de 2023 até agora, com a prisão do Bolsonaro. Eles querem reabrir esse ciclo liberando Bolsonaro. Essa dosimetria, na realidade, é impunidade, é uma anistia disfarçada. Certamente o povo brasileiro vai se mobilizar no país inteiro para pressionar o Senado a arquivar esse projeto, assim como aconteceu com a PEC da bandidagem”, sustenta.

Amazonas observa que o presidente da Câmara, Hugo Motta, será muito criticado, assim como figuras do bolsonarismo.

“O Hugo Motta virou uma persona non grata no nosso país. O Brasil está revoltado com a decisão dele. Achamos que ele vai ser muito criticado no próximo domingo”, diz. “É um Congresso Nacional muito hostil à pauta do povo brasileiro. Achamos que o Motta precisa presidir a Câmara sintonizado com as pautas de interesse da população, o que não tem acontecido, infelizmente”, avalia o dirigente.

Fonte: Portal Vermelho

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