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Lula durante a abertura da Cúpula de Líderes (Foto: Ricardo Stuckert/PR) Lula durante a abertura da Cúpula de Líderes (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
07/11/2025

LULA COBRA NA CÚPULA DE LÍDERES DA COP30 URGÊNCIA NO ENFRENTAMENTO CLIMÁTICO

O evento, que será aberto oficialmente na segunda-feira (10), foi classificado pelo presidente como a “COP da Verdade”.

Por Iram Alfaia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (6), em Belém (PA), durante a abertura da Cúpula dos Líderes da COP30, que o momento é de “levar a sério os alertas da ciência”.

“É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, afirma o presidente, para quem as convergências já são conhecidas e as divergências precisam ser enfrentadas.

O evento, que será aberto oficialmente na segunda-feira (10), foi classificado por Lula como a “COP da Verdade”.

Apesar dos avanços do Acordo de Paris, que completará 10 anos, o presidente alerta para o fato de que o planeta caminha para ser 2,5°C mais quente até 2100, o que está muito além do objetivo de 1,5°C.

“Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano. O PIB global pode encolher até 30%. Por isso, a COP30 será a COP da verdade”, reforça.

“Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, defende.

Para ele, a agenda climática deve ocupar lugar central nas discussões em todos os níveis do cenário internacional.

No Brasil, diz o presidente, a COP30 será o ponto culminante de um caminho pavimentado ao longo das presidências do G20 e do BRICS.

“No G20, colocamos na mesma mesa os ministérios de meio ambiente e de finanças das 20 economias que respondem por cerca de 80% das emissões globais. No BRICS, reafirmamos a centralidade do financiamento climático, da capacitação e da transferência de tecnologias”, lembra.

Desse modo, o presidente conclama que o assunto também esteja no “centro das decisões de cada governo, de cada empresa, de cada pessoa”.

“A participação da sociedade civil e o engajamento de governos subnacionais será crucial. Acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global”, propõe.

Disse que a justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva.

Lula afirma ainda que o avanço depende da superação de dois grandes descompassos. “O primeiro é a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real. As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas métricas de carbono, mas sentem a poluição. Podem não compreender o que são sumidouros de carbono ou reguladores climáticos, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos”, argumenta.

De acordo com o ele, o segundo descompasso é o descasamento entre o contexto geopolítico e a urgência climática.

“Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais e aprisionar as gerações futuras a um modelo ultrapassado que perpetua disparidades sociais e econômicas e degradação ambiental. Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento do aquecimento global”, critica.

BELÉM

O presidente destaca o simbolismo da realização da COP na Amazônia, a maior marca global da causa ambiental.

“Hoje, os olhos do mundo se voltam para Belém com imensa expectativa. Pela primeira vez na história, uma COP do Clima terá lugar no coração da Amazônia. No imaginário global, não há símbolo maior da causa ambiental do que a floresta amazônica. Aqui correm os milhares de rios e igarapés que conformam a maior bacia hidrográfica do planeta. Aqui habitam as milhares de espécies de plantas e animais que compõem o bioma mais diverso da Terra. Aqui residem milhões de pessoas e centenas de povos indígenas, cujas vidas são atravessadas pelo falso dilema entre a prosperidade e a preservação”, discursa.

Fonte: Portal Vermelho

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