Informativo
CONGRESSO VOLTA COM MP DO PROUNI, PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS E CORREIOS
Por
Cezar Xavier
Após o recesso de fim de ano, iniciado em 23
de dezembro, o Congresso Nacional retoma os trabalhos na próxima quarta-feira
(2).
Em ano de eleições majoritárias, a tendência
é uma redução no número de votações em comparação com outros anos. Isso ocorre
porque os parlamentares estarão envolvidos com as próprias campanhas em seus
estados, principalmente no segundo semestre.
Ainda assim, temas importantes, alguns
polêmicos, estão previstos para entrar em discussão tanto na Câmara dos
Deputados quanto no Senado.
MEDIDA
PROVISÓRIA: VACINAS
O Congresso deve votar duas medidas
provisórias (MP) importantes, editadas pelo governo em dezembro. Uma diz
respeito à doação de vacinas para outros países. Segundo o Ministério da Saúde
anunciou ainda em dezembro, 10 milhões de vacinas devem ser doadas.
Dessas, já é certo que 500 mil doses irão para o Paraguai.
Segundo Queiroga, é possível que, além das 10
milhões de doses iniciais, mais 20 milhões de doses sejam doadas
posteriormente, totalizando ao menos 30 milhões de unidades da vacina. A
efetivação da doação dependerá da manifestação de interesse e anuência de
recebimento do imunizante pelo país beneficiado.
Já o ministro-interino das Relações
Exteriores, embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, detalhou que, “graças
ao avanço e ao sucesso da campanha nacional de vacinação”, o Brasil decidiu
apoiar países da América Latina, Caribe e África, “com significativa doação de
doses”.
A diretora-geral-adjunta para Acesso a
Medicamentos e Produtos Farmacêuticos da OMS, Mariângela Simão, apontou a
desigualdade entre os países no acesso às vacinas como um problema para evitar
o surgimento de novas variantes do novo coronavírus. “Um dos maiores desafios
continua sendo a enorme inequidade existente no acesso às vacinas. Este
ambiente favorece o surgimento de variantes. Estima-se que, no continente
africano, apenas um em cada quatro trabalhadores da Saúde está completamente
vacinado. A meta da OMS era que cada país tivesse alcançado um mínimo de 40% de
cobertura vacinal até o fim deste ano. E 98 países certamente não vão alcançar
esta meta. Portanto, este é um momento em que a solidariedade entre países é
mais importante que nunca”, disse Mariângela ao apontar o Brasil como “um dos
poucos” países de renda média/alta a doar imunizantes ao Mecanismo de Acesso
Global a Vacinas contra a Covid-19 (Covax).
MEDIDA
PROVISÓRIA: PROUNI
A outra MP trata da ampliação do
Programa Universidade para Todos (Prouni). O programa de concessão de bolsas de
estudo integrais e parciais em faculdades particulares, antes voltado apenas a
estudantes de escolas públicas ou bolsistas, passou a ampliar o acesso ao
programa a estudantes bolsistas ou não egressos de escolas particulares.
A MP é polêmica por ser considerada uma
distorção grave no programa ao descaracterizar seu papel inclusivo e sua
fiscalização. Com as novidades, segmentos estudantis de escolas particulares
com renda maior poderão disputar as vagas. Especialistas avaliam que
instituições filantrópicas poderão utilizar os novos mecanismos para burlar a
fiscalização.
A renda per capita familiar mensal não pode
ultrapassar três salários mínimos, mas a MP traz a possibilidade de dispensa de
apresentação do documento que comprove a renda familiar e a situação de pessoas
com deficiência, quando as informações estiverem disponíveis em bancos de dados
de órgãos do governo.
Além disso, houve alteração na reserva de
cotas destinadas a negros, povos indígenas e pessoas com deficiência. Com a
medida, o percentual de pretos, pardos ou indígenas e pessoas com deficiência
será considerado de forma isolada, e não mais em conjunto.
COMBUSTÍVEIS
No Senado, a pauta prevê a votação do projeto
para conter a alta e a falta de previsibilidade nos preços dos
combustíveis. Em meados de janeiro, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco,
afirmou seu interesse em pautar um projeto do senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Carvalho é um crítico da fórmula atual de
cálculo dos preços dos combustíveis, com base na Paridade de Preços
Internacionais (PPI). “Percebe-se que a adoção do PPI tem consequências para
toda a economia, em detrimento dos mais vulneráveis. Neste sentido, reforça-se
a necessidade de debater a política de preços da Petrobras, o modo como ela
incentiva as importações e as alternativas a ela”, disse.
Na ocasião, a assessoria do Senado informou
que Pacheco submeterá a decisão sobre a apreciação ou não do projeto ao Colégio
de Líderes, em fevereiro. No entanto, Pacheco já tem um nome certo para a
relatoria do projeto, o senador Jean Paul Prates (PT-RN).
O projeto prevê a formação dos preços dos
combustíveis derivados do petróleo tendo como referência as cotações médias do
mercado internacional, os custos internos de produção e os custos de
importação.
O tema é acompanhado de perto também pelo
presidente da Câmara, Arthur Lira. Atualmente, a política de preços da
Petrobras vincula a cotação do dólar ao preço do combustível pago pelo
consumidor. Essa política foi adotada em 2016, assim que Michel Temer chegou à
Presidência da República.
REFORMA
TRIBUTÁRIA
Na agenda da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado, a reforma tributária é considerada prioridade pelo
presidente da comissão, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ele pretende marcar a
leitura do relatório, do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), no começo de
fevereiro. Além disso, faz parte dos planos de Alcolumbre levar a proposta ao
plenário da Casa ainda em fevereiro e, junto com ela, um pedido de urgência no
tratamento da matéria.
Entre outros pontos, o parecer de Rocha prevê
a “unificação da base tributária do consumo”, com a criação de um imposto sobre
valor agregado (IVA) dual. Pela proposta, o país terá um IVA para a União, com
a unificação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de
Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (Cofins), chamado de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS); e um IVA
para estados e municípios, unificando os impostos sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre Serviços (ISS), com o nome de Imposto
sobre Bens e Serviços (IBS).
JOGO DO
BICHO
Uma pauta cara ao presidente Jair Bolsonaro é
a que legaliza jogos no Brasil, inclusive cassinos e o Jogo do Bicho. O projeto
está na Câmara e chegou a ser discutido na penúltima semana de trabalhos em
dezembro, mas os parlamentares acharam melhor analisar um pouco mais a matéria.
O texto em debate é um substitutivo apresentado pelo deputado Felipe Carreras
(PSB-PE) em nome do grupo de trabalho que analisou o tema.
A matéria propõe a legalização de todas as
modalidades de jogos, como cassinos integrados em resorts , cassinos urbanos,
Jogo do Bicho, apostas esportivas, bingos, jogos de habilidade e corridas de
cavalos. As licenças serão concedidas por meio de leilões, e os jogos serão
fiscalizados por um órgão regulador e supervisor federal.
CORREIOS
A privatização dos Correios, aprovada na
Câmara em agosto de 2021, estacionou no Senado. O projeto está na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) e chegou a ser lido na comissão, mas o relator do
texto no Senado, Márcio Bittar (PSL-AC), decidiu fazer alterações em seu
parecer.
Bittar incluiu um prazo mínimo para que as
agências dos Correios continuem abertas em municípios com menos de 15 mil
habitantes em áreas remotas da Amazônia Legal. A região engloba 772 municípios,
considerando todos localizados nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas,
Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, além de parte dos municípios do
Maranhão. A proposta de Bittar prevê o funcionamento dessas agências por 60
meses após a privatização da estatal.
O parecer também determina que os trabalhadores
da ECT não sejam demitidos pelo período de 18 meses após a privatização. Eles
poderão, entretanto, pedir demissão voluntária até 180 dias após a
desestatização. O funcionário que decidir pelo desligamento terá direito a
indenização de um ano de remuneração, com manutenção do plano de saúde por 12
meses a partir do desligamento e ingresso em um programa de requalificação
profissional.
ANO
LEGISLATIVO
O ano legislativo se inicia, por tradição,
com uma sessão solene do Congresso Nacional, marcada para as 16h, desta
quarta-feira (2) com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro; do
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, além dos presidentes da
Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
Tradicionalmente, a sessão ocorre em um
plenário da Câmara lotado de deputados e senadores. Mas, em virtude da expansão
da pandemia da covid-19, com novo aumento de casos, a sessão será
semipresencial. Ou seja, os parlamentares poderão participar presencialmente ou
por videoconferência.
A sessão começa com a leitura da mensagem do
presidente da República. Nela, ele faz um balanço das atividades do ano
anterior e projeta os trabalhos do ano corrente. Fux, Pacheco e Lira também
discursam na sessão.
Fonte:
Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil
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