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11/11/2017

ALTAMIRO BORGES: “NO BRASIL, A MÍDIA É FEUDAL”

TV 247 - O jornalista Altamiro Borges, coordenador do Centro de Estudos Barão de Itararé, traçou um panorama da mídia em entrevista aos jornalistas Leonardo Attuch e Paulo Moreira Leite. 

Para Altamiro, a concentração do poder mídia mostra claramente que o Brasil é um País "feudal" na mídia. "É família. No Brasil, o capitalismo não chegou nos meios de comunicação. O Brasil é feudal na mídia", afirmou.

Ao avaliar o processo que levou à deposição da presidente Dilma Rousseff e à assunção de Michel Temer ao poder, Altamiro classificou como um golpe parlamentar-judicial-midiático. Segundo ele, o papel da mídia foi preponderante sobre os demais. 

"Nós não teríamos este Parlamento que nós temos, que é o pior desde a redemocratização, se não fosse a mídia. Por que a bancada sindical, que defende s interesses dos trabalhadores, caiu e a bancada da bala triplicou? Por que a bancada dos mercadores de religião triplicou? É um fenômeno que tem a ver com a mídia", diz o jornalista. 

"Se você pegar hoje a televisão brasileira está esparramando sangue, é só programa policialesco. Programa que diz que tem que matar, que bandido bom é bandido morto, que violência se resolve com violência. Então, os heróis desses radialistas é que foram eleitos. A mídia criou o clima para esta questão da ordem", afirma.  

"O golpe de 2016 se baseou em fraudes. Fraude da pedalada. A mídia internacional, que não estava contaminada pelo golpismo da mídia brasileira, tinha uma postura muito melhor que a mídia brasileira. Ela fala que ninguém é impixado por pedalada, manobra contábil. O golpe baseou-se na corrupção, mas esse tema ficou desmoralizado, porque afinal de contas quem deflagrou o processo do impeachment [Eduardo Cunha] está na cadeia, condenado, e levou para o poder uma quadrilha", diz Altamiro.

"No meu entender, a questão central do golpe é a mudança de projeto. O projeto que foi derrotado quatro vezes consecutivas na urna teve que dar uma rasteira", afirmou. 

Altamiro Borges também comenta sobre a crise do modelo de negócio da mídia, provocada pela internet, e sobre a importância dos estudos do centro Barão de Itararé.

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