Informativo

18/09/2019

MANIFESTO EM DEFESA DAS UNIVERSIDADES RECEBE APOIO DE PARLAMENTARES

Ex-presidentes da Andifes entregaram à Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (17), um manifesto em defesa das universidades federais. As instituições passam por uma crise sem precedentes, devido aos cortes de verbas do governo Bolsonaro. As deputadas Alice Portugal e Jandira Feghali levaram apoio à luta da comunidade universitária.

Um grupo de ex-presidentes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) estiveram, nesta terça-feira (17), com parlamentares das frentes pela Valorização das Universidades Federais e em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação. O objetivo do encontro foi pedir apoio do legislativo, para pressionar o governo Bolsonaro a desbloquear recursos orçamentários das universidades.

Os docentes também pediram ajuda aos parlamentares, visando abrir um canal de diálogo com o Ministério da Educação (MEC) para debater as necessidades das instituições públicas de ensino superior. Muitas universidades estão ameaçadas de terem suas atividades interrompidas por falta de recursos para sua manutenção.

A Andifes e outros segmentos da comunidade universitária se queixam, não apenas do contingenciamento de recursos orçamentários, mas de intransigência do ministro Abraham Weintraub, que tenta impor às instituições o Future-se, um plano do governo para aumentar os recursos privados no financiamento das universidades.

De acordo com a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que participa da coordenação da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, a luta em defesa do ensino público de nível superior no país é urgente. “Temos que liberar os recursos para as universidades, porque elas podem não chegar abertas até o fim do ano”, advertiu.

A parlamentar lembrou que as instituições públicas passam por uma crise sem precedentes devido aos cortes de verbas feitos pelo governo Bolsonaro e que estão ameaçadas de morte com o projeto Future-se. “Sem investimento em educação, não há futuro!”, frisou.

O Ministério da Educação já teve mais de R$ 5 bilhões contingenciados neste ano, que atingem em cheio verbas destinadas às universidades públicas e programas de fomento à pesquisa.

Segundo Paulo Speller, que foi presidente da Andifes no período de 2006 e 2007, o ataque do governo às universidades “está colocando em jogo um patrimônio inestimável, que pertence a todos os brasileiros”. “Não temos registro na história de tal situação de dificuldades no diálogo com o MEC, mesmo durante a ditadura”, declarou.

Para Angela Maria Paiva Cruz, que presidiu a entidade em 2016 e 2017, o ensino superior está vivendo uma situação inédita, “um momento de intransigência, de desrespeito a todos aqueles que construíram este patrimônio do povo”. “A educação é o alimento de uma sociedade, que busca o caminho da cidadania”, disse.

Os dirigentes da Andifes entregaram aos parlamentares um manifesto em defesa das universidades federais, que destaca o papel da universidade e da educação superior para a construção de sociedades mais justas, equânimes e solidárias. O documento, subscritos pelos 24 ex-presidentes da entidade em seus 30 anos de existência, foi encaminhado à presidência da Câmara por uma comissão coordenada pela deputada Margarida Salomão (PT-MG).

A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), reforçou o grupo. Segundo ela, é necessário organizar uma agenda de luta para dobrar a intransigência do governo. “Vamos ultrapassar esse período de trevas, que elegeu o território da educação, da ciência, da pesquisa e inovação, como inimigo”, afirmou.

Fonte: Walter Félix, do PCdoB na Câmara | Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

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