Informativo
Para Temer, covardia é não tentar reeleição, mas retirar direitos pode
Com a mentalidade daqueles que
menosprezam a capacidade do povo em decidir o seu destino, Michel Temer passou
a semana dizendo que estava "pensado" em ser candidato nas eleições
de outubro.
Em entrevista à revista IstoÉ,
veículo que integrou a campanha do golpe que levou Temer ao poder, o
peemedebista afirmou que seria “covardia” não tentar a "reeleição".
Além de não se tratar de
"reeleição", já que Temer era vice e chegou ao poder por meio de um
golpe contra o mandato da presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff, Temer
tenta criar um falso ambiente de popularidade. Ele finge ignorar as pesquisas
que o colocam como um dos mais rejeitados da história a ocupar a Presidência da
República.
Na entrevista publicada nesta
sexta-feira (23), ele disse que a ideia de concorrer à reeleição foi tomada no
último mês, após o que classificou como “ataques morais” e “desconstrução” do
que considera de seu legado no governo.
Denunciado pela
procuradoria-geral da República por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
obstrução da Justiça, o que Temer chama de legado é considerado como o desmonte
do estado brasileiro, com reformas que retiram direitos dos trabalhos e reduzem
o papel do stado, ameando a soberania do país.
Desde que assumiu o poder, em
maio de 2016, Temer prometeu em troca de apoio político se comprometeu, a não
disputar a corrida presidencial, sendo que este espaço certamente estava
garantido aos tucanos, especialmente ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi
um dos encabeçadores do golpe.
Com o vácuo existente desde
que os vazamentos dos telefones de Aécio e outros tucanos, Temer tentar ser o
herdeiro do golpe e diz ser “natural que quem preside a Nação dispute a
eleição”.
Temer afirmou ter ouvido de
aliados que seria “covardia” não disputar a reeleição e passou a adotar o
discurso. Ele afirma que "recuperou um país que estava quebrado" e se
orgulha de seu governo.
Mas apesar de fazer um
discurso de quem está na ofensiva, Temer deixa transparecer a sua real
preocupação: “Se eu não tiver uma tribuna o que vai acontecer é que os
candidatos sairão e vão me bater. E eu vou ter que responder. Só que não vou
ter tribuna.”
Pesquisa Pulso Brasil do
Barômetro Político Estadão-Ipsos, divulgada nesta sexta (23), mostra que a
rejeição de Temer continua em patamar recorde ás vésperas de deixar o governo.
O índice de aprovação continua
em 4% há quase um ano. Isso mesmo depois do decreto de intervenção federal na
área de segurança pública do Rio de Janeiro que o governo definiu como uma
“tacada de mestre” para alavancar a popularidade de Temer.
Questionado se não considerava
a popularidade de apenas 4% um índice muito baixo para quem deseja se
candidatar, Temer revelou o seu descompasso com a realidade e disse que “já
dobrou 100%: de 3% para 6%”. “Agora, se aumentar de 6% para 9%, já aumenta
50%”, disse.
Os índices citados pelo
presidente são da última pesquisa CNI/Ibope, divulgada no fim do ano passado.
Na tentativa de reverter o quadro, Temer deve visitar diversos estados para
“realçar suas realizações” e tentar se aproximar do eleitor.
Temer disse que a a baixa
popularidade é resultado da gravação que integra a delação premiada dos
ex-executivos da JBS e assume uma personificação da Presidência da República.
“A Presidência da República é uma coisa honrosa especialmente pelo que fizemos
pelo país. Mas é muito desonroso a destruição da sua reputação moral. E isso
foi o que tentaram”.
Como se ele não tivesse
endossado cada palavra do empresário da JBS na conversa que teve no Palácio do
Jaburu, Temer diz que foi vítima de uma tentativa de destruir a sua moral, o
que resultou na sua impopularidade, uma vez que as pessoas “têm vergonha de
dizer que apoiam”. Mas é muita gente com vergonha, né?!
Segundo Temer, seu partido já
trabalha em uma proposta para emplacar sua candidatura, com o “Ponte para o
Futuro 2”, que está sendo elaborado com a ajuda de correligionários como
Moreira Franco, intelectuais do MDB e a Fundação Ulysses Guimarães.
Temer diz ainda que o ideal
seria “uma candidatura de centro, uma candidatura de extrema-direita, se for o
caso, uma candidatura de esquerda” para deixar o ambiente bem polarizado.
Fonte: Dayane Santos do Portal Vermelho, com informações de
agências | Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
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