Informativo
Temer engasga ao falar do golpe que o levou ao poder
Durante cerimônia na Federação
das Associações Comerciais de São Paulo, nessa terça-feira (13), Michel Temer
tentou demonstrar reação diante da situação que o levou de volta às cordas. O
primeiro sinal de sua impopularidade foi a quantidade de aplausos que recebeu
de uma plateia de empresários. Apesar de fazer um discurso dizendo que seu
governo é “o melhor que o Brasil conheceu”, Temer foi pouco aplaudido e pelo
jeito as palmas foram puxadas por um de seus assessores.
Dizem que o corpo fala. Ao
abordar como chegou ao poder, Temer engasgou. “Eu que não assumi assim,
digamos, pela via [engasgou] da eleição direta, no primeiro momento, eu cumpri
um programa que nós havíamos estabelecido”, disse.
No poder por meio de um golpe
que atropelou a Constituição, afastando Dilma Rousseff sem ter crime de
responsabilidade, Temer disse que um dos problemas do Brasil é que “ninguém lê
a Constituição”. A crítica foi para defender a sua reforma trabalhista, a
criação da Emenda 95 – que congelou os investimentos públicos por 20 anos – e a
reforma do ensino médio.
“Pela ocasião da reforma
trabalhista, falaram muitas inverdades”, disse Temer, admitindo em seguida que
seu governo está “aproveitando sua impopularidade” – recorde – para fazer o que
ele acredita ser necessário para o Brasil. Pesquisas recentes apontam um índice
de aprovação de 4,3%.
Temer também admitiu que teve
que enfrentar uma “oposição brutal” e que a emenda do teto era chamada de PEC
da morte. “A impressão era a de que tínhamos assumido para destruir a educação
e a saúde”, afirmou. “Pelo diálogo, conseguimos aprovar a medida. Procuramos
propor uma emenda que não fosse populista”, completou.
O que Temer chama de “diálogo”
foi notoriamente conhecido como toma lá, dá cá, em que foram utilizadas emendas
parlamentares e outros artifícios para garantir a aprovação do texto.
Temer afirma que os candidatos
de oposição terão de “ser muito criativos” para criticá-lo durante a disputa
eleitoral deste ano. “O candidato de oposição terá que dizer que é contra o
teto dos gastos, a inflação e o juro baixos”, declarou ele, afirmando que teve
uma “sorte extraordinária” com a sua equipe de ministros.
A realidade é que o MDB de
Temer tenta cavar um espaço, mas aliados próximos como DEM e o PSDB já
anunciaram que não farão a defesa do governo nas eleições.
Depois de atuar para alterar o
modelo de partilha, Temer mencionou a Petrobras dizendo que a estatal hoje é
respeitada nacional e internacionalmente.
Ele afirmou ainda que o Bolsa
Família foi mantido no seu governo, mas que não se pode continuar falando do
programa daqui a 20 anos.
Sem admitir que não conseguiu
os votos para aprovar a reforma da Previdência por conta da rejeição popular ao
texto, Temer disse que as “classes privilegiadas” reagiram contra ele.
Disse ainda que “a elite”
tentou atacá-lo, com as denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro. Afirmou
que não vai aceitar mais isso. “Vou reagir, porque os meus detratores estão
presos”, afirmou Temer, sem citar os nomes dos executivos da JBS, que gravaram
conversas com ele e motivaram a apresentação de duas denúncias.
Ao enumerar os feitos do seu
governo, Temer, na maior cara de pau, lembrou das obras de transposição do rio
São Francisco, iniciadas durante a gestão do presidente Lula e finalizadas na
gestão Dilma. Ele reconheceu que as obras começaram há 15 anos, mas disse que a
gestão dele, de pouco mais de um ano, foi responsável pelo aporte de R$ 1,3
bilhão nas obras.
Com investimentos previstos de
R$ 9,6 bilhões do Orçamento da União, o projeto de integração do São Francisco
teve, até abril de 2016, R$ 7,95 bilhões executados com dinheiro do Orçamento
da União. Isso significa que nada menos do que 86,3% da obra estavam
concluídos.
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