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08/11/2024

NOVEMBRO: MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA

O dia 20 de novembro celebra a luta e a resistência do povo negro no combate à escravidão e ao preconceito. Criado a partir da pressão de diversos movimentos sociais, a data cumpre um importante papel de resgatar nossa história de luta, os exemplos de resistência contra a opressão e as tentativas de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A data é uma homenagem à Zumbi, último líder do Quilombo dos Palmares, assassinado em 20 de novembro de 1695. Assim como os demais quilombos criados no Brasil no período, o Palmares foi uma experiência de organização social alternativa, em que o trabalho era produzido e dividido de forma coletiva. Existiu por mais de cem anos e reuniu não somente negros escravizados em busca de liberdade, mas também povos nativos e uma parcela da população branca em condição de pobreza.

Ao contrário do que é usualmente divulgado, o fim da escravidão no Brasil não foi uma concessão do império; foi um direito arrancado pela luta dos negros escravizados. A Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, libertou só cerca de 5% da população de escravizados. O restante conquistou a liberdade através de fugas e da formação de quilombos ou de organização de irmandades para a compra da carta de alforria.

Podemos dizer que a expressão “consciência negra” faz menção à tomada de consciência histórica e cultural da pessoa enquanto afrodescendente. Essa tomada de consciência está relacionada com o processo em que a pessoa se percebe negra e se identifica com as suas raízes históricas e culturais, situações relacionadas com a formação da identidade de um indivíduo.

Nesse processo o indivíduo se identifica com as tradições e valores culturais que remetem às suas raízes afrodescendentes, além de tomar consciência da violência que os negros sofrem e sofreram historicamente tanto no Brasil como em outras partes do mundo. Além disso, também percebe o racismo como um problema estrutural da sociedade contemporânea.

A partir do autorreconhecimento do indivíduo como negro, do resgate das suas raízes culturais e da tomada de consciência histórica de como o racismo permeia a formação da sociedade brasileira, esse indivíduo consegue perceber a importância de engajar-se na luta pela equidade racial, o que inclui questões como direitos iguais no acesso à cultura e educação, oportunidades iguais no mercado de trabalho, o fim da violência cotidiana contra as populações negras, etc.

Por outro lado, essa tomada de consciência não se faz apenas entre as pessoas negras, mas  também entre as pessoas brancas. Assim, pessoas brancas passam a enxergar todos os pequenos privilégios que elas possuem enquanto brancos, o que pode permitir que elas mudem sua forma de agir perante situações de injustiça e, claro, transformar suas ações para que atitudes racistas não sejam reproduzidas. Fonte: Internet

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