Informativo
CENTRAIS SINDICAIS DEVEM FOCAR NO CRESCIMENTO DO PAÍS E NOS DIREITOS
É preciso aumentar o salário mínimo com uma política que de fato
recupere seu poder de compra, fortalecendo o mercado interno e visando a
possibilidade de o Brasil voltar a se desenvolver.
Por Ubiraci Dantas Oliveira (Bira)
O Brasil está tentando se levantar da tragédia
que foi o governo Bolsonaro e algumas poucas centrais insistem em tirar o foco
da necessidade de procurar o melhor caminho para tirar o País do atoleiro em
que se encontra. É o que se vê com o chamado “Projeto de Valorização e
Fortalecimento da Negociação Coletiva”.
Sem o consenso do Fórum das Centrais,
apresentam uma proposta ainda em construção, antecipando-se ao que seria um
projeto unitário para ser encaminhado ao Congresso Nacional. Preferiram
divulgar, através do jornal Folha de S.Paulo, um frankstein muito mal
elaborado, dado como favas contadas para tentar intimidar o movimento sindical
e empurrar por goela abaixo esta excrescência.
O máximo que conseguiram foi revoltar o
movimento sindical; várias notas de repúdio foram publicadas por muitas
entidades sindicais sérias e representativas, que não aceitam ser manipuladas e
nem desrespeitadas.
O fatídico projeto escrito por um assessor
jurídico da CUT e por um assessor “político” de algumas poucas centrais
desrespeita a inteligência dos dirigentes sindicais que não compactuam com a
tentativa de neoliberais e socialdemocratas que quererem empalmar o movimento
sindical brasileiro, com suas propostas divisionistas e liquidacionistas.
O tal documento retira o Estado da regulação
para melhor atingir seus objetivos e cria um conselho ou câmara bipartite
(patrão e trabalhadores) para resolver qualquer questão sindical,
representatividade, eleições, acordos e outros temas.
Com isso, tira do sindicato o direito de ser
legítimo representante dos trabalhadores. Em qualquer caso de divergência na
representatividade, é só uma dessas centrais se aliar com os patrões que o
sindicato de fato mais representativo fecha as portas, dando lugar a uma
aliança esdrúxula que, ao final e ao cabo, vai representar os interesses
patronais.
A tal proposta tira o poder de negociação dos
sindicatos e os transforma em meros carimbadores de acertos feitos por
centrais. Acaba com a unicidade sindical ao abrir espaço para os patrões
perseguirem os trabalhadores filiados ao sindicato pelo trabalho sério dos
dirigentes. Podem entupir assembleias de falsos associados para desmantelarem a
verdadeira organização sindical no local de trabalho.
A presidência desse Conselho proposto será em
forma de rodízio com três centrais que se dizem as mais representativas (CUT,
Força Sindical e UGT), mesmo que não existam critérios de aferição há mais de
quatro anos (muita coisa mudou nesse período).
Além disso, o documento prevê que o tal
conselho passa a administrar milhões de reais da contribuição dos
trabalhadores, de acordo com os seus interesses.
Pelo documento, as federações e confederações
são extintas, como se essas entidades fossem responsáveis pelas retiradas de direitos
realizadas por Temer e Bolsonaro, com a ajuda de alguns desavisados dentro do
movimento sindical. As confederações e federações têm o papel de apoiar os
sindicatos nas negociações e fortalecê-los.
O que precisamos, neste momento, é regulamentar
o artigo 8° da nossa Constituição e garantir um custeio às atividades
sindicais, por meio de uma contribuição negocial aprovada em assembleia. Isso
fortaleceria o movimento sindical para realizar suas lutas e ajudar o governo
federal também a enfrentar a ganância dos rentistas, agiotas e especuladores.
É preciso enfrentar com firmeza a atitude
nefasta do presidente do Banco Central “independente” que inviabiliza e sabota
o governo e o crescimento do país com uma taxa de juros absurda de 13,75%,
sendo 8% de juros reais, a maior do mundo.
Ao manter a economia do País atrelada a essas
taxas, não haverá crescimento, o parque industrial nacional vai se
desmilinguido, o desemprego aumentando, a miséria e a fome destruindo os lares
da população brasileira. Precisamos de uma forte união dos setores produtivos
para defenestrar da presidência do Banco Central esse “Chicago boy” e colocar
em seu lugar um que represente o resultado eleitoral de 2022.
É preciso aumentar o salário mínimo com uma
política que de fato recupere seu poder de compra, fortalecendo o mercado
interno e visando a possibilidade de o Brasil voltar a se desenvolver. O
salário mínimo sugerido pelas centrais todas foi de R$ 1343, e não o de R$ 1320
definido pelo ministro da Economia, Fernanda Haddad, que se dobrou à pressão
demagógica do “mercado”.
Esse tal mercado não sente fome, não fica
desempregado, não fica no meio da rua da amargura como milhões de seres humanos
ficam. Esse tal mercado não fica doente – ele só serve para assaltar as nações
e espoliar os trabalhadores. Que se exploda o mercado. Vamos unidos tirar o
Brasil do mapa da fome, da miséria e do desemprego.
Fonte: Portal Vermelho
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