Informativo
"ELEVAR PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS NÃO É RACIONAL", DIZ DIRETOR DA FUP
“Não há razão para, por exemplo, a suspensão do
abastecimento de gás da Rússia para a Alemanha afetar o preço do gás de cozinha
da dona de casa na cidade de Mossoró”, diz Pedro Lúcio Góis.
Por
Mariana Mainenti
Como todo o ciclo do petróleo acontece em
território nacional, a custo local, não há explicação razoável e racional para
a elevação do preço dos combustíveis, de acordo com o diretor da Federação
Única dos Petroleiros (FUP) e Secretário Geral do Sindipetro-RN, Pedro Lúcio
Góis. Ele alerta que a decisão adotada pela direção da Petrobras, com base na
política de preços mantida por Bolsonaro, tem por objetivo somente atender a
interesses privatizantes.
“Nós temos visto desde 2016 uma alta
gigantesca nos preços dos combustíveis, essa elevação serve para o mercado
financeiro, para as multinacionais que querem comprar as fatias da Petrobras a
preço de banana, para as empresas importadoras que querem competir com a
Petrobras no mercado interno vendendo gasolina e diesel a preço de dólar”,
denuncia.
Segundo Góis, a política do Preço de Paridade
de Importação (PPI) equipara os preços dos combustíveis aqui no Brasil aos
preços internacionais em dólar, mesmo que o Brasil não tenha dependência do
petróleo produzido fora do país. “A Petrobras tem capacidade de produzir e,
virtualmente, de refinar todo o petróleo que o povo brasileiro precisa. Então
ela produz em solo brasileiro, com mão-de-obra brasileira, com produtos
brasileiros, um petróleo que está na nossa terra, refina em refinarias
brasileiras”, ressalta, mencionando que a Petrobras contava com 13 refinarias e
agora conta com 12, porque a gestão atual, em dezembro de 2021, entregou uma
delas à iniciativa privada, a Refinaria Landulpho Alves, na Bahia.
“Então refina em refinarias brasileiras e
vende para o povo brasileiro. Não há motivo, não há razão para, por exemplo, a
suspensão do abastecimento de gás da Rússia para a Alemanha afetar o preço do
gás de cozinha da dona de casa na cidade de Mossoró, no estado do Rio Grande do
Norte. Não há razão lógica nenhuma. Há apenas razões financeiras, do ponto de
vista do mercado e dos que querem a privatização da Petrobras. Mas não há
lógica prática para isso. Não há explicação razoável e racional”, afirma ele,
ao Portal Vermelho.
Góis recorda que a PPI, com base na qual a
Petrobras anunciou mais um aumento de combustível – da ordem de 18% na gasolina
e 24% no diesel –, foi definida em outubro de 2016 por Michel Temer e Pedro
Parente e mantida por Bolsonaro, tanto na gestão do ex-presidente da Petrobras,
Roberto Castello Branco, como do atual, general Joaquim Silva e Luna.
Depois de ser definido pela direção da
Petrobras, o aumento nos preços é aprovado pelo Conselho de Administração da
estatal que conta. “Então, essa política de preços não sai de uma lei, de uma
legislação, de um regulamento estatal. Ela é formada na Petrobras em última
instância a partir do seu conselho de administração”, explica.
O diretor da FUP afirma que são necessárias
três medidas para resolver o problema, sendo a primeira delas nacionalizar o
preço dos combustíveis. “A Petrobras de janeiro para cá não teve aumento no
custo de produção. Os salários não aumentaram, os insumos não aumentaram, as
reservas são as mesmas, não teve nenhum grande acidente em plataforma ou
refinaria. Os custos de produzir um litro de gasolina em janeiro são os mesmos
custos de produzir um litro de gasolina hoje. O que é que me explica esse salto
de 18% de janeiro para cá? Não há razão nenhuma”, critica. “Então eu
preciso nacionalizar esses preços. O que significa isso? Significa que a
Petrobras precisa ver quanto custa fazer um litro de gasolina e qual o lucro
que ela quer obter nesse litro de gasolina e vender ao povo brasileiro. É isso
que ela precisa fazer: nacionalizar, considerando os custos nacionais de
produção”, defende.
De acordo com ele, o segundo passo é colocar
as refinarias para operar. “Por causa dessa política de abertura do mercado para
importadores de derivados a Petrobras deixou ociosas as suas refinarias. Elas
ficam ociosas, nós temos menos produto no mercado e mais pressão para o preço
subir”, lamenta Góis, acrescentando que para colocar essas refinarias para
operar o ponto três e último é cancelar a privatização das refinarias, que tem
sido muito danosa. “Um exemplo claro é o da Refinaria Landulpho Alves, que foi
vendida em dezembro para o fundo Mubadala, o fundo estatal dos Emirados Árabes,
que criou a Acelen para gerir a refinaria. Hoje nós estamos vendo esse aumento
de 18% da Petrobras. Mas lá na refinaria de Mataripe, a antiga refinaria
Landulpho Alves que foi privatizada, esse aumento já é 27%, não é 18%”, expõe.
Góis faz ainda outro alerta: “Mesmo que agora
esteja ruim com a Petrobras servindo ao mercado privado, se privatizar tem o
potencial de piorar ainda mais e há um risco grande, eminente, de faltar
combustível para o nosso povo com a privatização da Petrobras, ela servindo ao
mercado”. O Secretário Geral do Sindipetro-RN acredita que, como a Europa está
passando por um momento de escassez de derivados de petróleo, as empresas
privadas considerariam mais vantajoso vender para o mercado europeu, em Euros,
do que para o interno, em Reais: “A privatização da Petrobras e a manutenção da
política de preços da Petrobras é um gravíssimo risco para a soberania
energética nacional e coloca em xeque inclusive a nossa capacidade de abastecer
nossos aviões, nos caminhões, nossas viaturas de polícia, nossas ambulâncias,
enfim, nossa capacidade de temos fertilizantes para garantir a produção de
alimentos, de termos a possibilidade de ter gasolina no posto de combustível
para o trabalhador pôr gasolina no seu carro, na sua moto, para ir trabalhar.
Então, é tudo isso que está em jogo nesse processo que o Brasil está passando
hoje”.
Fonte:
Portal Vermelho
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