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16/07/2021

MILITARES ESTÃO METIDOS ATÉ O PESCOÇO NO SINISTRO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DAS VACINAS

O depoimento prestado na CPI da covid nessa quinta-feira pelo representante da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, sugere que a militarização do Ministério da Saúde foi acompanhado da instalação do tenebroso esquema de corrupção com a compra de vacinas para combater a covid-19.

Carvalho revelou que nove militares das Forças Armadas, da ativa e da reserva (sendo sete coronéis), estiveram envolvidos na negociata que envolveria a compra de 400 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca através da empresa estadunidense.

“Cúpula dos coronéis”, foi como o vendedor nomeou na CPI o grupo que comandava o Ministério da Saúde. Ao ser questionado pela senadora Leila Barros (PSB-DF) se eles teriam entendimento técnico em saúde. Carvalho negou: “Parecia que eles desconheciam absolutamente tudo sobre comércio exterior, o que me surpreendeu, inclusive, porque eu ficava pensando como é que eles estavam negociando vacinas com os fabricantes se eles não tinham aquelas informações básicas”.

Segundo depoimento de Carvalho, haviam dois grupos distintos atuando nas negociações com a Davati. Um deles seria formado por Roberto Ferreira Dias, sargento e diretor de Logística do Ministério da Saúde, Marcelo Blanco, coronel e assessor de Dias, e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barro (PP-PR). O outro, centrado nos militares, seria comandado pelo secretário executivo do ministério, Élcio Franco, segundo a CPI.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), então, listaram todos os militares que foram citados por Cristiano na CPI. 

“É muito importante dizer que tudo nos leva a crer que é uma briga de quadrilhas, de atravessadores de um lado, de agentes que queriam vender vacinas sem saber sequer se tinham, mas o que é mais grave: de outro lado, ninguém ali, num grupo de servidores do mais alto escalão, agora envolvendo o núcleo militar”, concluiu Tebet.

CONFIRA A LISTA DE CORONÉIS CITADA NA CPI E AS FUNÇÕES NA ÉPOCA:

Élcio Franco, coronel (Secretaria Executiva do Ministério da Saúde)

Marcelo Blanco Costa, coronel (Assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde)

Cleverson Boechat Tinoco Ponciano, coronel (Coordenador-Geral de Planejamento do Ministério da Saúde)

Helcio Bruno de Almeida, coronel (Instituto Força Brasil)

Marcelo Pires, coronel (Coordenador do Plano Nacional de Operacionalização das Vacinas contra a Covid-19)

Glaucio Octaviano Guerra, coronel (Assessor do adido militar na Embaixada de Washington)

Guilherme Filho Odilon, coronel (Senah)

Roberto Ferreira Dias, sargento (Diretor de Logística do Ministério da Saúde)

Hardaleson Araújo de Oliveira, major da FAB

É necessário apurar rigorosamente os fatos, mas o que está sendo desenhado na CPI não é um retrato que dignifica a instituição Forças Armadas, cujos chefes – arrastados pelo canto de sereia do bolsonarismo – deviam tomar providências bem diferentes do que passar a mão na cabeça do indisciplinado general Pazuello e divulgar uma nota infame e ameaçadora contra o presidente da CPI, Osmar Oziz.

Agindo desta maneira, os chefes militares contribuem para ampliar as desconfianças e a desaprovação do povo, manchando um pouco mais a imagem das Forças Armadas. Afinal, fatos são fatos e não é sábio culpar os mensageiros quando não nos são agradáveis.

Fonte: Portal CTB, com informações da Fórum

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