Informativo
ENTIDADES INDUSTRIAIS DESCONFIAM DE ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS
Por
Cezar Xavier
Decisão do Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central (BC) elevou pela terceira vez seguida a taxa
básica de juros da economia. Aprovada por unanimidade pelo Copom, a taxa
Selic passou de 3,5% para 4,25% ao ano.
A política macroeconômica ortodoxa acredita
que o aumento da taxa ajuda a controlar a inflação pois encarece o crédito e
desestimula a produção e o consumo. Esta política é considerada recessiva, pois
reduz o emprego e a renda. Por outro lado, ao estimular a especulação
financeira, atrai dólares, o que deve reduzir a cotação da moeda
americana. A inflação registrada em maio foi a maior em 25
anos. 
Com isso, a dívida pública começa a crescer
devido ao aumento do serviço e estimula a especulação financeira. Também se
evita medidas mais complexas e direcionadas para reduzir inflação sem
prejudicar o mercado interno de consumo.
O estímulo à exportação de alimentos, sem
qualquer garantia de abastecimento do mercado interno, tem sido um dos fatores
de pressão sobre a inflação, assim como a paridade de preços da gasolina e
diesel com o mercado internacional. Medidas para controle da balança da
exportação de grãos e carnes, assim como uma mudança na política de refino e
preços dos combustíveis não estão no horizonte do governo.
CNI
CRITICA
Para a Confederação Nacional da Indústria
(CNI), a decisão do Copom é “equivocada”. Em nota, a entidade destacou que a
medida encarece crédito para consumidores e empresas justamente em um “momento
crítico da atividade econômica, que sofreu novo impacto negativo com a segunda
onda da pandemia”. A CNI lembra que a produção industrial de abril de
2021 ainda está 6,6% abaixo do nível alcançado em dezembro de 2020.
“A decisão por um terceiro aumento expressivo
da Selic vai de encontro a essa necessidade e desestimula a demanda ao aumentar
o custo do financiamento de maneira significativa”, afirmou o presidente da
entidade, Robson Braga de Andrade.
FIESP
DESCONFIADA
Também em nota, o presidente da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o novo
aumento ocorre em um cenário de recuperação econômica ainda não
consolidada. 
“O PIB [Produto Interno Bruto, soma de bens e
serviços do país] mostrou bom desempenho no 1º trimestre do ano e animou as
expectativas para um crescimento acima de 5,5% neste ano. Porém, um aumento
excessivo dos juros em um cenário de recuperação econômica ainda não plenamente
consolidada pode prejudicar o processo de retomada do crescimento econômico do
Brasil”.
FIRJAN JUSTIFICA
Ao analisar a medida, a Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) entende que um aumento da taxa
básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto percentual neste momento está
em linha com a evolução do quadro inflacionário atual e com o aumento das
expectativas para a inflação para os próximos meses. 
De acordo com a entidade, os indicadores de
atividade econômica têm surpreendido positivamente, o que corrobora com um
cenário de maior pressão inflacionária nos próximos meses. “Desse modo, a
federação entende que o ciclo de alta da taxa básica de juros é compatível com
o momento e garante a ancoragem das expectativas. No entanto, é imprescindível
acrescentar que o cenário é adverso e depende de políticas adicionais que
assegurem preços em níveis baixos e crescimento econômico sustentável”, avaliou
a Firjan.
Segundo a entidade, a atividade
econômica  apresentou resultados mais positivos, mas ainda há um
longo caminho a ser perseguido. A pandemia expôs os gargalos estruturais que
atrasam o desenvolvimento da economia brasileira. “Por isso, é fundamental a
aprovação de reformas que solucionem as vulnerabilidades logísticas e
tecnológicas, o alto custo de produção e, consequentemente, a baixa
competitividade”, analisou.
OUTROS
AUMENTOS VIRÃO
A elevação foi deliberada de forma unânime
pelos integrantes do Copom, que é formado por diretores do BC, e, segundo
a Agência Brasil, era esperada pelos analistas financeiros.
Em comunicado, o BC indicou que deve seguir
elevando a taxa Selic na próxima reunião, marcada para os dias 3 e 4 de agosto.
A previsão é que a Selic termine 2021 em 6,25% ao ano, segundo pesquisa do
Banco Central com mais de 100 instituições financeiras.
“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a
continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma
magnitude. Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o
horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos
monetários. O Comitê ressalta que essa avaliação também dependerá da evolução
da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as
projeções de inflação”, informou o texto.
No comunicado, o Copom destacou que a pressão
inflacionária revela-se maior que o esperado, “sobretudo entre os bens
industriais”. “Adicionalmente, a lentidão da normalização nas condições de
oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário
hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação
elevada no curto prazo, a despeito da recente apreciação do real. O Comitê
segue atento à evolução desses choques e seus potenciais efeitos secundários,
assim como ao comportamento dos preços de serviços conforme os efeitos da
vacinação sobre a economia se tornam mais significativos”, informou o
comunicado.
Com a decisão de hoje, a Selic continua em um
ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a
outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom
voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao
ano, em março de 2018.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser
reduzida até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série
histórica iniciada em 1986. Porém, a taxa começou a subir novamente em março
deste ano, passando para 2,75%. Depois, em maio, subiu de novo, para 3,5%.
 
INFLAÇÃO
A Selic é considerada pelos economistas
ortodoxos como o principal instrumento do Banco Central para manter sob
controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o indicador fechou no maior nível para o
mês desde 1996. No acumulado de 12 meses, o IPCA acumula alta de 8,06%. De
janeiro a maio deste ano, a inflação foi de 3,22%.
O valor está acima do teto da meta de
inflação. Para 2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tinha fixado meta de
inflação de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso,
o IPCA não poderia superar 5,25% neste ano nem ficar abaixo de 2,25%.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de
março pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que, em 2021, o IPCA
fecharia o ano em 5% no cenário base. Esse cenário considera um eventual
estouro do teto da meta de inflação no primeiro semestre, seguido de queda dos
índices no segundo semestre. A projeção oficial só será atualizada no próximo
Relatório de Inflação, no fim de junho.
Já a projeção do mercado prevê uma inflação
ainda maior, acima até do teto da meta. De acordo com o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,82%,
na 10ª alta consecutiva da projeção.
CRÉDITO
MAIS CARO
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a
inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a
produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação
da economia. Além disso, juros altos aumentam o serviço da dívida pública e
favorece a especulação financeira.
No último Relatório de Inflação, o Banco
Central projetava crescimento de 3,6% para a economia em 2021, decorrente da
segunda onda da pandemia de covid-19. No Boletim Macrofiscal de Maio, divulgado
no mês passado pelo Ministério da Economia, a previsão de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) para
2021 foi de 3,5%. 
O mercado projeta crescimento maior. Segundo
a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de
4,85% do PIB este ano.
A taxa básica de juros é usada nas
negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia
(Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao
reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que
pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia
o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da
inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de
que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
Fonte:
Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil
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