Informativo
MISÉRIA, INFLAÇÃO E DESEMPREGO IMPULSIONAM REJEIÇÃO DE BOLSONARO
A popularidade do presidente Jair Bolsonaro
está derretendo. Conforme pesquisa XP/Ipespe divulgada na sexta-feira (12), 45%
dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo – uma alta em relação
aos 35% do fim do ano passado. Já a fatia dos que o consideram ótimo ou bom
caiu de 38% para 30%. Para 63%, a economia está no caminho errado – e 61% veem
como ruim ou péssima forma como Bolsonaro enfrentou a pandemia de Covid-19.
Especialistas apontam que a grave crise
nacional – que vai além da questão sanitária – é o que impulsiona a rejeição de
Bolsonaro. O desemprego elevado e a inflação alta vão continuar nos próximos
meses – e essa combinação tende a pressionar ainda mais a popularidade presidencial.
O índice de miséria calculado pela
consultoria MB Associados ilustra a crise. Composto pela soma da taxa de
desocupação e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) em 12 meses,
esse índice se aproxima hoje de 20 pontos – o nível mais alto desde setembro de
2016. Em fevereiro, o indicador ficou em 19,8 pontos.
Para o economista-chefe da MB, Sergio Vale, o
aumento do índice de miséria impacta a aprovação de Bolsonaro. Ele lembra que,
em meio ao agravamento da pandemia, o auxílio emergencial deixou de ser pago.
Como a expectativa é de que o índice de miséria continue a piorar nos próximos
meses, “não será difícil ver” a popularidade de Bolsonaro seguir a trajetória
de queda.
A inflação elevada tem afetado especialmente
os mais pobres, por causa da disparada dos preços de alimentos, que pesam mais
na cesta de consumo de quem tem renda mais baixa. No IPCA, a alimentação em
domicílio subiu quase 20% nos 12 meses até fevereiro.
“Se considerarmos que as pressões em commodities vão
continuar neste ano, será outro período de inflação de alimentos, que se junta
agora a outras pressões que estão aparecendo em outros bens, com o choque
cambial e a desestruturação da indústria com a pandemia”, afirma Vale. Em sua
opinião, o IPCA vai atingir 7,1% no acumulado em 12 meses até maio, fechando o
ano em 4,3% – acima, portanto, da meta perseguida pelo Banco Central (BC) neste
ano, de 3,75%.
O cenário para o mercado de trabalho também é
desfavorável para Bolsonaro. Com o fim do auxílio emergencial, a economia começou
o ano patinando e tende a perder mais fôlego nos próximos meses. Devido ao
forte aumento do número de casos e mortes por Covid-19, estados e municípios
tiveram de adotar medidas mais rigorosas de isolamento social – o que afeta
sobretudo o setor de serviços, maior empregador da economia. Nas estimativas de
Sergio Vale, o desemprego – que fechou em 13,9% no ano passado na série com
ajuste sazonal – ficará em 15% ou mais de abril a julho deste ano.
O índice de miséria é obviamente uma
simplicação. O objetivo é dar uma ideia da sensação de bem-estar na economia,
combinando a evolução do custo de vida com um indicador importante do mercado
de trabalho. Vale acredita que a volta do auxílio emergencial não terá impacto
significativo sobre a economia – o valor será mais baixo, o público-alvo será
reduzido e o benefício, a princípio, vai ser pago por um período mais curto.
“O efeito vai ser bem menor. As pessoas vão
pagar dívidas e comprar coisas básicas como alimentos”, diz o economista. Com
isso, o impacto positivo do auxílio sobre a popularidade de Bolsonaro deverá
ser menor do que foi em 2020.
Na projeção do economista da MB, a inflação
encerrará o ano em 4,3%, “supondo que o BC reaja com rapidez” – mas o IPCA pode
ficar maior. “Com o acúmulo de pressões, não será difícil nós vermos uma dupla
de 5: inflação de 5% e juros de 5% – 5,5% mais precisamente”, diz Vale,
referindo-se ao nível que espera para a Selic no fim do ano. Nesta semana, o
Comitê de Política Monetária (Copom) deverá começar um ciclo de alta dos juros
básicos, hoje em 2% ao ano – ele projeta alta de 0,5 ponto percentual.
Para 2021, Vale estima um crescimento de
2,6%, “com todos os riscos políticos e de pandemia presentes”. É um número
inferior à herança estatística que o ano passado deixou para este ano, de 3,6%.
Se o PIB terminar o ano no mesmo nível do fim de 2020, a expansão será de 3,6%
em 2021 – ou seja, pela previsão da MB, o PIB vai encerrar o quarto trimestre
abaixo do patamar do mesmo período de 2020. A consultoria prevê recessão técnica
no primeiro semestre, com retração da economia de 0,9% no primeiro trimestre e
de 0,4% no segundo, nos dois casos em relação ao trimestre anterior.
Para 2022, Vale deve reduzir a projeção de
2,4% para menos de 2%. “A ideia é que haverá um impacto mais completo dos
juros, que nós projetamos em 5,5% neste ano e em 6,5% ano que vem’”, afirma
ele. “Junto com menos auxílio emergencial, isso pode tirar ritmo da construção
civil. No fim, o investimento fica prejudicado pela incerteza política e o
consumo, pela recuperação muito lenta do mercado de trabalho e pelo receio de
perda de emprego pela população.”
Nesse quadro, o que os analistas começam a
desenhar é uma recuperação mais lenta do que se esperava no segundo semestre e
em 2022. O progresso da vacinação deverá ajudar, ao reduzir o contágio da
Covid-19 e abrir espaço para o relaxamento das medidas de isolamento social. No
entanto, os juros mais altos tendem a segurar a velocidade da retomada.
Essa avaliação de que o crescimento de 2022
será mais modesto começa a ganhar força, indicando que a economia poderá ter um
ritmo de expansão modesto no ano das eleições presidenciais. Na sexta-feira, o
Itaú Unibanco reduziu a estimativa para a expansão do PIB deste ano de 4% para
3,8% (o carregamento estatístico explica quase todo o número), promovendo uma
redução mais significativa para a do ano que vem, de 2,5% para 1,8%.
Na visão do banco, “três fundamentos
permitiam a retomada do crescimento”: o avanço da vacinação, a expansão robusta
da economia global e a manutenção dos juros baixos. “O aumento do risco fiscal
e a consequente deterioração das condições financeiras impedem a manutenção dos
juros em patamares mais baixos e reduz a perspectiva de crescimento adiante”,
diz o Itaú Unibanco, em relatório.
Um ritmo fraco de expansão do PIB em 2022, se
confirmado, tira um trunfo importante de Bolsonaro na disputa pela renovação do
mandato. Ainda que a inflação fique mais baixa, devido aos juros mais altos, a
recuperação do mercado de trabalho não deverá ser das mais velozes.
Fonte:
Portal Vermelho, com informações do Valor Econômico
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