Informativo
NA CONTRAMÃO DO OTIMISMO DO GOVERNO, DESEMPREGO CONTINUA EM ALTA E CHEGA A 14,6%
Na
contramão do otimismo oficial, a taxa de desemprego continua em alta no país e
bateu um novo recorde no terceiro trimestre do ano, atingindo 14,6% da
população, com alta de 1,3%. É um atestado vigoroso do fracasso e da
perversidade da política neoliberal do governo, cujo resultado concreto é a
estagnação da economia e a destruição de emprego e direitos da classe
trabalhadora.
No
interior da classe trabalhadora – como expressão dos preconceitos, do racismo e
misoginia que temperam as relações de produção no capitalismo brasileiro – quem
mais está sendo castigado pelo desemprego em massa são mulheres, negros e
pardos, ao lado dos jovens. As desigualdades regionais também foram retratadas.
O Nordeste é a região do país que concentra os estados com as maiores taxas de
desocupação e subocupação.
A
deterioração da economia e do mercado de trabalho transparecem na redução do
contingente de ocupados, de 1,1% na comparação com o segundo trimestre. Em
números absolutos, são 82,5 milhões de pessoas, o menor patamar da série
histórica iniciada em 2012. Houve uma retração de 883 mil pessoas. Com isso, o
nível de ocupação foi de 47,1%, também o menor da série, uma queda de 0,8 ponto
percentual frente ao trimestre anterior (47,9%).
Desde o
trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que
aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no
país.
São
estatísticas que revelam um imenso desperdício de forças produtivas e explicam
a anemia econômica.
CONFIRA ABAIXO NOTÍCIA DIVULGADA PELO IBGE:
A taxa de desocupação chegou a 14,6% no
terceiro trimestre do ano, uma alta de 1,3 ponto percentual na comparação com o
trimestre anterior (13,3%). Essa é a maior taxa registrada na série histórica
do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja,
mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no
país.
No período, a taxa de desocupação subiu em
dez estados e ficou estável nos demais. As maiores taxas foram na Bahia
(20,7%), em Sergipe (20,3%) e em Alagoas (20,0%). Já a menor foi registrada em
Santa Catarina (6,6%). Os maiores crescimentos da taxa de desocupação
foram registrados na Paraíba (4 p.p.), no Amapá (3,8 p.p.) e em Pernambuco (3.8
p.p.). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (27) pelo IBGE.
Segundo a analista da pesquisa, Adriana
Beringuy, o aumento na taxa de desemprego reflete a flexibilização das medidas
de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. “Houve maior
pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as
medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de
não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber
um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, explica.
O contingente de ocupados reduziu 1,1% na
comparação com o segundo trimestre, totalizando 82,5 milhões de pessoas, o
menor patamar da série histórica iniciada em 2012. Houve uma retração de 883
mil pessoas. Com isso, o nível de ocupação foi de 47,1%, também o menor da
série, uma queda de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior (47,9%).
Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o
que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está
ocupada no país.
A analista observa que todas as categorias
perderam ocupação, sendo que o número de pessoas com carteira assinada caiu
2,6% no terceiro trimestre frente ao anterior, com perda de 788 mil postos e
totalizando 29,4 milhões de empregados com carteira assinada no país.
O percentual de empregados com carteira de
trabalho assinada era de 76,5% dos empregados do setor privado. Os maiores
percentuais estavam em Santa Catarina (90,5%), Paraná (85,1%), Rio Grande do
Sul (84,3%) e São Paulo (82,3%) e os menores no Maranhão (51,3%), Pará (53,9%)
e Piauí (54,1%).
Já a taxa de informalidade foi de 38,4% no
trimestre encerrado em setembro, o que equivale a 31,6 milhões de pessoas sem
carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos),
sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem
remuneração. No trimestre anterior, esse percentual foi 36,9%.
OCUPAÇÃO
CRESCE APENAS NA CONSTRUÇÃO E NA AGRICULTURA
Apenas as atividades de construção e
agricultura tiveram crescimento da população ocupada no terceiro trimestre. Na
construção o aumento foi de 7,5%, o que representa 399 mil pessoas a mais
trabalhando no setor. Já na agricultura a alta foi de 3,8%, com mais 304 mil
trabalhadores.
“A atividade da construção foi a que mais
aumentou no período. Isso porque pedreiros ou outros trabalhadores conta
própria, que tinham se afastado do mercado em função do distanciamento social,
retornaram no terceiro trimestre com a reabertura das atividades e a demanda
por pequenas obras, como reformas de imóveis”, explica Adriana Beringuy.
A analista da pesquisa acrescenta que na
agricultura, a alta na ocupação pode estar relacionada à sazonalidade do
cultivo. “A agricultura, de modo geral, tem ritmo diferente das demais
atividades. Além disso, o setor sofreu menos os efeitos da pandemia, pois é uma
atividade que se situa no campo, onde o impacto do distanciamento social foi
menor do que na cidade”, afirma Beringuy.
DESEMPREGO
CHEGA A 17,9% NO NORDESTE, ENQUANTO NO SUL É DE 9,4%
No terceiro trimestre, a taxa de desocupação
atingiu o recorde de 17,9% no Nordeste, o maior número entre as grandes
regiões. Já o Sul teve a menor taxa entre elas: 9,4%. Em relação às unidades da
federação, as maiores taxas de desocupação também estavam no Nordeste, enquanto
os estados do Sul tiveram as menores.
“A taxa de desocupação, na comparação
trimestral, subiu em dez unidades da federação, permanecendo estável nas
demais. Ou seja, nenhuma unidade da federação do país conseguiu mostrar uma
retração dessa taxa no terceiro trimestre. Isso mostra que todos os estados
tiveram, de alguma forma, o mercado de trabalho bastante afetado”, explica
Beringuy.
Fonte:
Portal CTB
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