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Antes da pandemia, em 2018 e 2019, essa faixa liderou o saldo de vagas criadas. Sociólogo explicou ao Vermelho que trabalhador menos especializado está mais vulnerável. Antes da pandemia, em 2018 e 2019, essa faixa liderou o saldo de vagas criadas. Sociólogo explicou ao Vermelho que trabalhador menos especializado está mais vulnerável.
13/07/2020

FECHAMENTO DE VAGAS AFETA MAIS QUEM GANHA DE 1 A 2 SALÁRIOS MÍNIMOS

A pandemia mudou o cenário de criação de vagas no país. Se em 2018 e 2019 o saldo positivo de vagas formais era restrito às faixas salariais de até dois salários mínimos, em 2020, até o mês de maio, esses foram os patamares de salário com maior fechamento de postos de trabalho.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram publicados neste domingo (12) pelo G1. No acumulado de 2020, do total de 1,145 milhão de vagas fechadas, mais da metade foi na faixa salarial de 1,01 a 1,5 salário mínimo – um total de 635,1 mil postos de trabalho fechados. Essa faixa liderou o saldo de vagas criadas em 2018 e 2019.

Já na faixa de 1,51 a 2 salários mínimos, foram 229,3 mil postos fechados até maio deste ano. Essas duas faixas corresponderam a 75,5% do total de vagas fechadas no ano. No caso da renda de 0,51 a 1,0 salário mínimo, que ficou na vice-liderança de criação de vagas em 2018 e 2019, foram fechadas mais de 45 mil vagas.

O sociólogo Clemente Ganz Lúcio, consultor na área do trabalho, explicou em entrevista recente ao Vermelho porque esses trabalhadores são os mais atingidos pelo fechamento de vagas. Segundo ele, o funcionário menos especializado e de menor escolaridade é o elo mais frágil.

“A tendência entre os assalariados [com carteira assinada] é os de menor renda perderam mais rápido a ocupação. Em geral, são os trabalhadores que as empresas demitem primeiro, porque investiu menos na formação deles, são mais fáceis de substituir no futuro. Quando esse pessoal [ com menores salários]sai da conta [da renda média dos trabalhadores formais], o valor sobe.”

Segundo o levantamento divulgado hoje, a única faixa salarial com saldo positivo de vagas neste ano foi a de até meio salário mínimo: 24,2 mil vagas criadas.

A pandemia também mudou o ranking de ocupações que mais criaram vagas com carteira assinada nos primeiros meses de 2020. A predominância foi nas áreas de saúde, educação e agricultura.

As medidas de restrição e isolamento social para reduzir a velocidade do avanço da doença provocaram a suspensão do funcionamento de serviços considerados não essenciais, o fechamento de boa parte do comércio e também de fábricas.

Em janeiro, técnico de enfermagem e enfermeiro não apareciam entre os 30 cargos com maior saldo de vagas. No acumulado até maio, entretanto, ambos lideraram a lista de cargos, sendo responsáveis pela criação de quase 45 mil vagas. Esse cenário tem relação com a demanda de profissionais para o tratamento da Covid-19.

Já no ranking de ocupações que mais perderam vagas, vendedor de comércio varejista lidera, com 180.258 postos de trabalho fechados até maio. O quadro também tem relação com a pandemia, que levou ao fechamento de estabelecimentos. Em janeiro, o cargo também liderou o fechamento, com 28,8 mil vagas a menos. Entretanto, essa redução foi motivada principalmente pelo término de contratos temporários para as vendas de Natal.

Fonte: Portal Vermelho, com informações do G1

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