Informativo
A ALTA LETALIDADE DA COVID-19 NAS REGIÕES DE PERIFERIA NO BRASIL
Na
última semana, o jornal O Globo ouviu
de médicos, infectologistas, acadêmicos, moradores de bairros pobres e
autoridades à frente da luta contra o coronavírus um diagnóstico similar: o
próximo pico vai castigar com ainda mais força a parcela da população que
historicamente sofre com a desigualdade social, não conta com saneamento básico
e depende da rede pública de saúde. Em São Paulo, cidade que teve o primeiro
paciente e a primeira morte e que acumula o maior número de casos, a doença
hoje já é bem mais presente e letal na periferia.
“Se
separarmos os bairros de São Paulo em três grupos, de acordo com a renda,
observaremos que a mortalidade é bem menor nos distritos mais ricos, enquanto
persiste nos de renda intermediária e baixa”, afirma Paulo Lotufo,
epidemiologista da USP.
Os
índices de evolução da doença na maior cidade da América Latina ilustram o
desafio que o país tem pela frente. O distrito que registra recorde de vítimas
fatais pelo coronavírus em São Paulo é Brasilândia, o sétimo mais populoso da
cidade, o quinto com a pior taxa de emprego formal e o segundo com a maior
proporção de domicílios em favelas. Até sexta-feira, foram 81 mortes. Em uma
única semana de abril, os casos fatais cresceram 50%.
Na
última quarta-feira, a reportagem do jornal conversou com moradores e líderes comunitários
da região. Assim como em outras áreas da capital, as ruas estavam movimentadas.
Principal arma usada hoje na luta contra a doença, o isolamento social é
realidade distante.
“Vamos
pagar o preço da nossa desigualdade. E quem vai pagar a maior parte dessa conta
serão os mais pobres, que não têm condições de ficar em casa, não têm
saneamento, não têm nem sequer como lavar as mãos porque a água não chega”,
afirma o médico sanitarista Ivan França Jr, da USP.
Um
dado do boletim epidemiológico da prefeitura de São Paulo ilustra o impacto da
desigualdade. Até 17 de abril, a cidade registrava 14 mortes de pessoas com
menos de 20 anos — todas em bairros pobres da cidade. Os números mostram que a
pandemia mata mais pretos e pardos. As chances de morte entre pretos é 62%
maior que a dos brancos. Comparando os pardos com os brancos, a chance de morte
é 23% maior. O risco é inversamente proporcional à renda. Segundo o IBGE, o
rendimento médio mensal das pessoas ocupadas brancas (R$ 2.796) é 73,9%
superior ao de pessoas pretas ou pardas.
Na
capital paulista, entre as pessoas na faixa de 40 a 44 anos, o risco de morrer
por coronavírus nos bairros mais pobres é dez vezes maior do que nas regiões
mais ricas. A taxa de mortalidade entre pessoas abaixo de 60 anos segue a mesma
lógica. Bairros como Campo Limpo, Parelheiros, Itaim Paulista e São Miguel
Paulista, todos entre os com menor Índice de Desenvolvimento Humano na cidade,
apresentam a maior taxa de mortalidade nessa faixa etária. No outro extremo,
Pinheiros, Vila Mariana e Santo Amaro apresentam os menores índices.
“Isolamento
dentro de casa como panaceia é um sonho de classe média. É preciso uma resposta
global, social. O sistema de saúde tem que usar o teste ativamente para ir
atrás dos casos. O teste é para saber onde a doença está e contê-la, sobretudo
nas áreas mais pobres. Vamos esperar as pessoas nas unidades de saúde ou usar o
teste como instrumento de contenção da epidemia?”, questiona França Jr.
No
Rio, números e relatos revelam um aprofundamento desse abismo. As taxas de
letalidade chegam a 21% na Zona Oeste — onde ficam Santa Cruz, Sepetiba e
Paciência —, e 13,7% na área da Maré, Penha, Ramos e Manguinhos. Mas na Barra
da Tijuca e Zona Sul, onde a doença foi inicialmente registrada, têm taxas de
8,5% e 7,4%, respectivamente.
Fonte: Portal Vermelho
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