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Mendes: “As Forças Armadas têm de deixar muito claro que elas não têm compromisso algum com esse golpismo de botequim" | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil Mendes: “As Forças Armadas têm de deixar muito claro que elas não têm compromisso algum com esse golpismo de botequim" | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
15/04/2020

GILMAR SOBRE BOLSONARISTAS: GENTE IGNARA E ESTÚPIDA

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que as Forças Armadas devem se afastar do que classificou como "golpismo de botequim" de pessoas que estão no entorno do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em uma live da XP Investimentos, realizada na última segunda-feira (13/IV), Mendes também disse que essas pessoas são "gente muito ignara, estúpida mesmo".

"As Forças Armadas têm de deixar muito claro que elas não têm compromisso algum com esse golpismo de botequim que se organizou. Precisamos realmente deixar isso muito claro. Temos orgulho da democracia que construímos. São mais de 30 anos de normalidade institucional. Temos sabido superar todas essas crises num ambiente de institucionalidade e temos que prosseguir nessa faina", afirmou.

Sem citá-lo, o ministro falava do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que em 2018 disse que "para fechar o STF bastam um cabo e um soldado".

"O que eu vejo é que de fato se espalhou nesse submundo esse tipo de mensagem, de gente muito ignara, muito estúpida mesmo, que a toda hora diz: 'Vamos fazer manifestações nos quartéis, vamos chamar um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal', ou coisa do tipo. Isso não faz sentido algum, e nós estamos vendo que essas pessoas depois precisam de habeas corpus e querem habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. Esses mesmos detratores. É muito curioso isso tudo", definiu Mendes.

Para ele, o entorno de Bolsonaro  tenta usar as Forças Armadas como "milícia", querendo manter as instituições "cativas" e amedrontar as pessoas.

"Em alguns segmentos a gente escutasse esse grito de guerra: 'Vamos aplicar o artigo 142'. O artigo 142 autoriza o emprego das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem, não para estabelecer um regime militar. Aí outros apelavam para o AI-5. 'Vamos regressar o AI-5. Vamos chamar as Forças Armadas para implantar o AI-5'. Veja, o presidente foi eleito numa eleição democrática. Chamar as Forças Armadas? As Forças Armadas que vêm primando, inclusive, pelas práticas democráticas que são chefiadas pelo presidente da República, agora viram braço de alguém que quer dar um golpe? Que não é nem o presidente, mas grupamentos no seu entorno. Estão usando as Forças Armadas brasileiras como milícia? Isso é muito estranho, e me parece impróprio. Não tem eco, tenho certeza, daquilo que eu conheço, nas Forças Armadas", concluiu.

IMAGEM DAS FORÇAS ARMADAS

O vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), disse ontem, em entrevista ao Estadão, que há uma forte preocupação das Forças Armadas de se descolarem da imagem do governo, para evitar o desgaste político.

 “Há uma grande preocupação de separar as Forças Armadas dos que estão no governo. São dois elementos diferentes. Nenhum comandante de força [armada] dá apoio expresso ao governo”, reforçou Mourão.

Fonte: ConversaAfiada

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