Informativo
CONTRA BOLSONARO, POR MARIELLE E PELA VIDA 8M REÚNE MILHARES PELO PAÍS
Milhares de mulheres, espalhadas por todo o
Brasil, saíram às ruas durante todo o domingo (8) por igualdade de direitos e
contra a violência. Os atos aconteceram em diversas cidades do país desde o
início da manhã. Os principais temas foram o fim da violência contra a mulher,
fora Bolsonaro e direitos iguais. O assassinato da vereadora Marielle Franco,
que completa dois anos no dia 14 de março, também foi relembrado em
diversas manifestações.
Em Brasília, cerca de 5 mil mulheres
estiveram na marcha do 8 de março, levando para as ruas palavras de ordem
contra a violência de gênero e o machismo do governo de Jair Bolsonaro
(sem partido) e em defesa da descriminalização do aborto. Com o mote “Pela
vida das mulheres, em defesa da democracia, contra o racismo e por direitos”, o
ato percorreu as ruas da capital, fazendo parada em frente ao Palácio do
Buriti, e depois seguiu em direção à Praça da Torre.
Acompanhada da filha, a estudante de
doutorado Fernanda de Oliveira disse que sempre participa de manifestações
de rua quando a pauta é o direito das mulheres. Para ela, nesse contexto
político, a mobilização é mais importante do que nunca.
“Todos os avanços de políticas públicas que
tiveram nas últimas décadas estão sendo desmontados. Então, não podemos ficar
dentro de casa, é importante demonstrar nossa insatisfação. Enquanto a gente se
mantiver calada, vai ter impunidade e vai estar perdendo direito. Então, quanto
mais sairmos na rua, melhor”, disse.
O ato contou com a participação de mais de
3,5 mil mulheres sem-terra, que estão participando do I Encontro de
Mulheres Sem Terra na capital federal, com pautas sobre a reforma agrária
popular e a violência de gênero no campo. Para Kelly Mafort, da direção
nacional do MST, a participação da marcha em Brasília é uma oportunidade de
integrar as pautas das mulheres do campo e da cidade.
“Essa marcha de hoje ocorre justamente em um
período de morte para as mulheres. No campo, as mulheres sofrem os impactos
dessa política, que é machista, misógina, que violenta e assassina as
mulheres. E são principalmente as mulheres que sofrem na ponta essas
contradições das reintegrações de posse e dos despejos e dessa força do
latifúndio. Nós estamos aqui denunciando isso”, afirmou a militante.
O ato em Brasília foi finalizado por volta
das 14h com falas políticas de representantes de partidos e movimentos sociais
no gramado da Praça da Torre.
ATO EM
BELÉM TEM PROTESTO CONTRA ATAQUES ÀS MULHERES INDÍGENAS
A concentração também começou por volta das
9h em Belém (PA). Mais de 4 mil mulheres se reuniram na Praça Waldemar
Henrique, para participar do ato político-cultural organizado pela Frente
Feminista do Pará. Para Mãe de Nangetu, liderança afro religiosa, a
manifestação foi necessária para pontuar que as mulheres estão contra os desmontes
do governo.
“Nós não concordamos com este governo que
está nos massacrando. Nós não concordamos com os maus tratos, com os
assassinatos de mulheres, da educação perversa como está, nós não concordamos.
Por isso que nós estamos na rua nos manifestando e dizendo #ForaBolsonaro”,
afirmou.
Para a professora da Universidade Federal do
Pará (UFPA), Rosa Acevedo, o momento pelo qual passa o país pede que as
mulheres se mobilizem e partam para a luta. “Neste 8 de março de 2020, as
mulheres brasileiras precisam estar na rua. É necessário darmos a cara para
contestar contra todos os ataques que se têm lançado contra as mulheres, as
mulheres das comunidades tradicionais, as mulheres indígenas. As decisões do
governo que têm atacado direitos fundamentais, direitos ao território, direito
à vida, à saúde, à saúde, direito à educação, que têm desconhecido a
participação política das mulheres”, diz.
MILITANTES PEDEM
FIM DA VIOLÊNCIA E SAÍDA DE BOLSONARO E ZEMA
Ainda durante a manhã, o ato de 8 de Março em
Curitiba (PR) ocorreu no bairro Parolin, periferia da cidade, e pediu por paz
na favela. Maria Aparecida mora no local há 27 anos e relembrou das mães que
choram por seus filhos devido à violência na região.
Já em Belo Horizonte (MG), o Ato do Dia
Internacional de Luta das Mulheres saiu da Ocupação Pátria Livre colorindo as
ruas de lilás contra o machismo, contra a violência e contra a retirada de
direitos. Elas pediram pela saída do presidente Jair Bolsonaro e do governador
Romeu Zema (Partido Novo).
Mulheres de diversas organizações, movimentos
sociais e partidos também saíram em luta por direitos, democracia e justiça por
Marielle Franco, em Palmas (TO).
AGENDA
CONSERVADORA DO GOVERNO É ALVO DE PROTESTOS EM SÃO PAULO
Na capital paulista, o ato começou no início
da tarde. Militantes da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) gritaram “fora
Bolsonaro” durante a 5ª Ação Internacional do movimento, na avenida Paulista,
região central da cidade. “Esse ano a gente resolveu expressar que esse governo
é quem dirige toda a agenda neoliberal, antidemocrática e conservadora, além de
trazer temas caros para a luta das mulheres, como o combate à violência e a
legalização do aborto”, disse Nalu Faria, da coordenação nacional da MMM.
Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo,
as atividades ocorreram no Parque Tom Jobim. Diferentes grupos e coletivos
montaram uma programação que colocou em foco a luta feminina pela ocupação dos
espaços de liderança e pelo fim da violência de gênero. Atividades como
yoga, aula de defesa pessoal, dança circular, contação de histórias para
mulheres, intervenção poética e oficina de cartazes e de bordado foram
oferecidas ao público.
Além disso, durante todo o evento os
coletivos ofereceram tendas de apoio jurídico, médico e psicológico às
mulheres. O ato contou, também com uma exposição fotográfica sobre diversidade
e a tenda da campanha “Não quero veneno no meu prato”, sobre o elevado
uso de agrotóxicos nos alimentos.
Com o tema “Pela Vida das Mulheres contra o
Fascismo, Machismo, Racismo e LGBTfobia, as atividades do 8M em Fortaleza (CE)
começaram por volta das 15h no entorno do Centro Dragão do Mar. As atividades
incluem rodas de conversa e oficinas, seguidas de um cortejo pela orla da
capital cearense.
Fonte:
Brasil de Fato
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