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08/06/2020

DR. ROSINHA: É PRECISO DESARMAR A ARAPUCA URDIDA POR BOLSONARO; A GUERRA CONTRA O COVID, ELE JÁ PERDEU

Por Dr. Rosinha*

Em 30 de janeiro deste ano, foi publicado aqui no Viomundo  o primeiro artigo desta Arapuca, melhor dizendo (rsrsrsr) da coluna Arapuca.

Nesse texto, me socorri do dicionário Houaiss, para o conceito de arapuca, que é a “armação para surpreender, emboscar, cilada, armadilha”.

Também chamei a atenção que a maior arapuca é nossa própria vida, desde que nascemos até a armadilha fatal, a arapuca da morte.

Morte que Jair Bolsonaro,  o ex-capitão expulso do Exército, sempre desdenhou.

Bom dizer: desdenha da vida dos outros, porque a dele defende com unhas, dentes e armas.

Próprio dos genocidas.

No artigo Epidemias e endemias, lembrei que no último dia de 2019, o governo da China alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre um surto de pneumonia na cidade de Wuhan e já em janeiro deste ano identificou o agente causador: um novo coronavírus, o covid-19.

Apesar do tempo disponível para construir ações de prevenção, o governo Bolsonaro nada fez para combater a disseminação da pandemia pelo covid-19.

Melhor dizer: desde o começo, Bolsonaro só dissemina desinformação e pratica atos e ações que favorecem a transmissão do vírus.

Próprio de genocidas.

No mundo todo, médicos, cientistas e lideranças políticas responsáveis têm declarado que para combater o coronavírus precisamos nos organizar tal como se estivéssemos em guerra.

Uma guerra contra um perigoso e invisível inimigo.

No entanto, a principal autoridade brasileira, o incompetente e recalcado ex-capitão, declarou guerra contra o povo e não contra  o vírus invisível.

Coisa própria de genocidas.

Na noite de 24 de março, Bolsonaro fez um pronunciamento curto, grosso e provocativo.

Foi tão agressivo que até a direita se contrapôs e pediu paz, sensatez, equilíbrio e união.

Mas não há como esperar isso de quem sempre pregou a violência, a tortura e morte dos que pensam diferentes.

E, agora, são tantos pensando diferente que ele está se sentindo encurralado e, como qualquer animal encurralado, é perigoso. E, perigoso joga no tudo ou nada.

O tudo é uma guerra civil sob o comando dele, tendo como “soldados” os milicianos. Soldados entre aspas porque milicianos jamais serão soldados e sim assassinos, genocidas.

O tudo para ele é tornar-se um ditador pleno onde possa executar o seu sonho de matar 30 mil pessoas, mesmo que inocentes.

O nada é perder o mandato.

É nesta encruzilhada que o Brasil e seu povo estão colocados.

Em 28 de abril, o Brasil superou a China em número de mortos pelo covid-19 e, ao ser questionado, Bolsonaro respondeu:

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Naquele momento, era considerado exagero que o Brasil chegasse a ter 44 mil mortes, conforme as previsões, na melhor das hipóteses, do Imperial College of Medicine, de Londres.

Hoje se sabe: não só está chegando como ultrapassará.

No entanto, o Messias, mesmo após ter atingido a tão desejada morte de 30 mil pessoas – como sempre pregou –continua estimulando a morte de inocentes.

Coisa própria de genocidas.

O recalcado ex-capitão perdeu a guerra para o covid-19. E, nesta situação como faz todo ditador, aplica a censura, manipula as informações e ‘desaparece’ com corpos.

Prática típica de ditaduras e de genocidas.

Ao desaparecer a causa da morte, desaparece o corpo morto pelo covid-19.

Bolsonaro deu ordens para o ministro da saúde –que sempre cumpriu ordens –para esconder o número de mortos e infectados, recontar o número de registro de óbitos e até revisão da causa morte.

Rever a causa morte é insinuar que os/as médicos/as falsificaram atestados de óbitos.

O que tem o Conselho Federal de Medicina –que apoia fervorosamente Bolsonaro –a falar sobre isso?

Todas as pessoas minimamente informadas sabem que Bolsonaro sempre defendeu ditaduras, em especial a última aqui no Brasil.

As pessoas sabem também que ele sempre disse que a ditadura militar matou pouco, que tinha de matar umas 30 mil pessoas para pacificar o país.

Mais de 30 mil pessoas já morreram nesta guerra perdida contra o coronavírus.

É necessário desarmar a arapuca que Bolsonaro preparou.

Desarmá-la é lutar contra o fascismo e pelo Fora Bolsonaro.

*Dr. Rosinha é médico pediatra, militante do PT. Pelo PT do Paraná, foi deputado estadual (1991-1998) e federal (1999-2017).  De maio de 2017 a dezembro de 2019, presidiu o PT-PR. De 2015 a 2017, ocupou o cargo de Alto Representante Geral do Mercosul. 

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