Informativo
ECONOMIA PIORA AINDA MAIS COM BOLSONARO, EM MARÇO PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAIU 1,3%
A
produção industrial brasileira registrou em março uma queda de 1,3%, na
comparação com fevereiro, revertendo e anulando o crescimento de 0,6% observado
no mês anterior, segundo divulgou sexta-feira (3) o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Com mais esse resultado negativo, o setor
passou a acumular queda de 2,2% no ano.
É
simplesmente o pior resultado mensal desde setembro do ano passado, quando
houve queda de 2,1% na produção do setor. Na comparação com março do ano
passado, a indústria caiu 6,1%, recuo anual mais intenso desde maio de 2018
(-6,3%).
QUEDA GENERALIZADA
Houve
recuo na produção de três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 26
ramos pesquisados pelo IBGE. Caiu a produção de bens intermediários (-1,5%), bens
de consumo duráveis (-1,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-1,1%) - o
primeiro segmento teve o terceiro mês seguido de queda, acumulando perda de
2,7%.
Nem
mesmo a alta de 0,4% na produção de bens de capital em março ante fevereiro é
motivo de comemoração, segundo o gerente do IBGE André Macedo. "É tão
somente uma acomodação", afirmou Macedo.
O
pesquisador destacou que no acumulado de dezembro de 2018 a janeiro deste
ano a produção de bens de capital encolheu 10,7%. No acumulado de
fevereiro e março, houve alta de 5,1%, insuficiente para recuperar as perdas.
Para
Macedo, o quadro da produção industrial é de queda generalizada.
"Há um claro predomínio de atividades e categorias econômicas em
queda", afirmou o pesquisador do IBGE.
Segundo
o órgão, entre as atividades industriais, a principal influência negativa foi
em produtos alimentícios, (-4,9%), que eliminou parte da expansão de 13,8%,
acumulada no período novembro de 2018 a fevereiro de 2019. A produção de
veículos automotores, reboques e carrocerias caiu 3,2%.
EXPECTATIVAS FRUSTRADAS
O
resultado veio pior que o esperado pelo mercado. As expectativas em pesquisa da
Reuters eram de quedas de 0,7% na comparação mensal e de 4,6% na base anual. No
acumulado em 12 meses, o setor declinou 0,1%. Foi o primeiro resultado negativo
desde agosto de 2017 (quando também caiu 0,1%), o que confirma a leitura de
perda de ritmo e maior fraqueza da economia brasileira.
Após
esboçar uma recuperação no começo do ano passado, o setor voltou a entrar em
uma trajetória descendente em julho de 2018 e, desde então, vem mostrando perda
de dinamismo. Com o resultado de março, o patamar de produção da indústria
brasileira fica 17,6% abaixo de seu ponto mais alto, alcançado em maio de 2011.
"É
como se a gente estivesse em janeiro de 2009”, resumiu o gerente da pesquisa,
André Macedo, destacando que apesar do elevado nível de ociosidade indústria (o
setor utiliza apenas 76,5% da capacidade instalada, o que significa que quase
50% das máquinas e equipamentos estão parados), a demanda também não tem
crescido.
"Dado
que a gente observa todos esses indicadores no campo negativo, podemos dizer
que estamos longe de pensar em qualquer trajetória de recuperação, que dirá de
uma recuperação consistente”, avaliou.
QUEDA DE 0,7% NO 1º
TRIMESTRE
Na
análise trimestral, a produção industrial registrou queda de 0,7%, na
comparação com o 4º trimestre de 2018. Já na comparação com os 3 primeiros
meses do ano passado, o recuo foi de 2,2%.
“Este
é o resultado negativo mais intenso desde o 4º trimestre de 2016, quando havia
recuado 3,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior”, destacou o gerente
da pesquisa. “Desde o 4º de 2017, quando a indústria crescia 5%, o setor vem
numa trajetória de redução de ritmo”, acrescentou.
Questionado
sobre as razões para a piora da produção industrial no país, o gerente da
pesquisa apontou para a conjuntura econômica do país, com o mercado de trabalho
afetando o consumo das famílias, o que influencia nas decisões de investimento
por parte dos empresários. “Há outros fatores que também impactam nessa
produção, como a redução de exportações importantes”, acrescentou, o que está
associado à crise da Argentina.
BOLSONARO AGRAVA CRISE
Disseram
que a eleição de Jair Bolsonaro, descrito como “o queridinho do mercado”, iria
estancar a crise ao despertar a fada madrinha dos investimentos privados. Mas
os fatos sugerem que vem ocorrendo o contrário.
Além
de aumentar a insegurança e as incertezas as iniciativas do governo vão no
sentido de aprofundar a crise também porque estão subtraindo investimentos
públicos em áreas vitais, estimulando o arrocho dos salários e a precarização
das relações entre capital e trabalho, aumentando o desemprego e reduzindo
ainda mais a demanda interna.
A
alta ociosidade indica que o principal problema da economia é a insuficiência
da demanda provocada pelo desemprego em massa, redução de salários e direitos e
cortes dos investimentos públicos. Se a demanda crescesse, o que no caso
pressupõe aumento da renda e do consumo popular, a recuperação da produção
industrial seria possível mesmo sem novos investimentos em máquinas e
equipamentos, através da utilização da capacidade ociosa e a contratação de
novos trabalhadores e trabalhadoras.
A
política de restauração neoliberal vai em outra direção e tem responsabilidade
ímpar pelo agravamento da crise, a estagnação da produção e o avanço do
processo de desindustrialização da economia brasileira.
Os
neoliberais que infestam o Palácio do Planalto não dão o braço a torcer e
prometem que após a aprovação da reforma da Previdência a recuperação virá com
força. Mas já ouvimos esta mesma ladainha em relação à reforma trabalhista e ao
congelamento dos gastos públicos. Contempla interesses poderosos, mas não é
confiável. Tirar dinheiro, emprego e direitos da classe trabalhadora tem sido e
é o caminho mais curto para agravar a crise.
Fonte: Umberto
Martins – Portal CTB
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