Informativo
DATAFOLHA TAMBÉM INDICA QUE MAIORIA REJEITA REFORMA DE BOLSONARO
51%
são contra reforma da Previdência, de acordo com o instituto de pesquisa.
Brasileiros esperam se aposentar aos 61 anos e apoiam regras diferentes para
professor e trabalhador rural
Ana Estela de Sousa
Pinto, no jornal Folha de São Paulo
A
reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro é rejeitada por 51% dos
brasileiros, mostra pesquisa Datafolha. São favoráveis 41%, 2% se dizem
indiferentes e 7% não sabem. A oposição à reforma é maior entre mulheres (56%)
e supera o apoio por pelo menos dez pontos em todas as faixas etárias até 59
anos de idade.
Já
entre homens, 48% se dizem a favor e 45% contra, um empate técnico (a margem de
erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos).
Há
clara polarização das respostas de acordo com a posição na eleição presidencial
de 2018: entre os que elegeram o presidente Jair Bolsonaro (PSL), 55% são a
favor da reforma e 36% contrários. Já entre quem votou em Fernando Haddad (PT)
ou branco ou nulo, 72% se dizem contra a mudança nas regras.
O
apoio à reforma é numericamente superior também entre os de renda familiar
acima de dez salários mínimos (R$ 9.998 em 2019), 50% apoiam a reforma; 47% são
contra. A maior rejeição, de 63%, aparece entre funcionários públicos (5% da
amostra).
O
Datafolha ouviu 2.086 brasileiros com 16 anos ou mais, em 130 municípios em
todo o Brasil, em 2 e 3 de abril.
IDADE MÍNIMA
Embora
majoritária, a oposição à proposta do governo Bolsonaro é menor que a
registrada contra a reforma do governo Temer em abril de 2017, às vésperas de o
texto ser votado por comissão especial da Câmara. Na ocasião, 71% rejeitavam a
reforma apresentada por Michel Temer (MDB).
Em
relação a pontos específicos da proposta de Bolsonaro, a maioria é contra as
idades mínimas. A rejeição é maior aos 62 anos de idade para mulheres: 65% são
contra, enquanto 53% se opõem a 65 anos para homens.
40 ANOS DE
CONTRIBUIÇÃO
Também
há maioria contrária a contribuir 40 anos para o benefício sem desconto, mas
66% são favoráveis a cobrar alíquotas mais altas de servidores que ganham mais
e 72% a limitar a aposentadoria do servidor pelo teto do INSS (limite que já
existe desde 2013 para servidores federais e de estados e municípios com
previdência complementar).
O
apoio a um aperto nas regras dos servidores é expressivo também entre
funcionários públicos: 74% são a favor das alíquotas progressivas e 64% aprovam
o teto.
Nesses
pontos, a única diferença entre quem votou em Bolsonaro ou Haddad é quanto aos
65 anos para homens: 54% dos bolsonaristas apoiam, e 45% rejeitam.
Nos
outros itens, eleitores dos dois candidatos têm posição semelhante, com
diferença apenas de grau.
Conhecimento
da proposta
Embora
68% dos brasileiros digam ter tomado conhecimento da proposta de reforma, só
17% se dizem bem informados; 42% declaram estar mais ou menos informados e 9%,
mal informados.
A
oposição à reforma é maior entre os pouco informados: 62% são contrários às
mudanças, contra 55% dos bem informados, 54% dos mais ou menos informados e 41%
dos que não tomaram conhecimento.
Considerando
apenas os bem informados sobre a reforma da Previdência, caiu a rejeição a uma
mudança nas regras: em 2017, 74% eram contrários, 19 pontos percentuais acima
do índice atual.
RENDA
É
grande a disparidade de informação de acordo com o nível socioeconômico: 91%
dos que têm ensino superior e 90% dos com renda familiar acima de dez salários
mínimos dizem ter conhecimento sobre a proposta.
Dizem
desconhecer a proposta 44% dos que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.996
em 2019) e 49% dos com ensino fundamental.
Na
média, o brasileiro espera parar de trabalhar aos 61 anos, idade inferior à
proposta pela reforma de Bolsonaro. Em relação a 2017, cresceu a fatia dos que
esperam se aposentar a partir dos 61 anos e caiu a dos que esperam parar antes
dos 55 ou dos 60 anos.
Profissionais
liberais são os que esperam trabalhar até mais tarde: a idade média é de 70
anos no caso deles, e 38% afirmam que pretendem se aposentar após os 66 anos.
JOVENS
Os
mais jovens --que devem ser os mais atingidos por mudanças nas regras
previdenciárias daqui para a frente-- são os mais otimistas em relação à
aposentadoria precoce: 57% dos que têm entre 16 e 24 anos acham que vão se
aposentar antes dos 60 anos.
A
porcentagem cai quanto mais velho o brasileiro, e chega a 46% dos que têm de 45
a 59. O levantamento mostra, porém, que 1 a cada 10 dessa faixa etária já se
aposentou.
Brasileiros
defendem regras diferentes para professores e trabalhadores rurais, mas não
para militares, e estão divididos sobre os policiais.
RURAIS E
PROFESSORES
No
total, 61% aprovam regras diferentes para trabalhadores rurais e 53% para
professores. Há empate técnico em relação a policiais (51% apoiam regras
diferentes e 47% querem regras iguais). Quanto aos militares, 54% consideram
que não deveria haver diferença, e 44% a apoiam.
O
resultado mostra uma mudança de opinião no caso dos professores e dos
policiais, em relação à pesquisa de 2017. Há dois anos, a maioria dos
brasileiros se opunha a regras diferentes para as três categorias.
São
os servidores públicos os que mais apoiam regras especiais de aposentadoria:
83% são a favor para trabalhadores rurais, 71% para professores, 65% para
policiais e 50% para militares.
PREVIDÊNCIA ATUAL
Quanto
à avaliação do atual sistema de Previdência Social do país, os brasileiros se
mostram divididos: 34% dizem que ele é ótimo ou bom, 34% o consideram ruim ou
péssimo e 30% respondem regular (empate técnico).
O
sistema é mais bem avaliado pelos que têm até o ensino fundamental e renda
familiar mensal de até dois salários mínimos. São 40% os menos escolarizados
que acham a Previdência brasileira ótima ou boa, e 36% dos de menor renda têm a
mesma avaliação.
As
taxas mais baixas estão no outro extremo da pirâmide: entre os com ensino
superior, 28% aprovam a Previdência e 37% a consideram ruim ou péssima. Entre
os de renda familiar superior a dez salários mínimos, 29% a aprovam e 36% a
reprovam.
A
reforma da Previdência foi apresentada pelo governo Bolsonaro ao Congresso em
fevereiro deste ano --assim como na proposta encaminhada pelo governo Temer, a
justificativa é que o envelhecimento da população brasileira torna inviáveis as
contas públicas.
O
projeto, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, ainda deve ser
alterado pelos congressistas e, para ser aprovado, precisa ter três quintos de
votos favoráveis (308 deputados de 49 senadores), em duas votações em cada
Casa.
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