Informativo
EDITORIAL: O DESASTRE ECONÔMICO DO BRASIL DE BOLSONARO
Um país à
deriva. Essa é a impressão que passa a equipe econômica do governo do
presidente da República, Jair Bolsonaro, liderada pelo ministro Paulo Guedes,
com seu programa embalado pela “reforma” da Previdência Social como samba de
uma nota só. O governo e a mídia querem fazer crer que tudo se resolverá quando
o sistema de aposentadoria for reduzido a quase nada ou, dito de outra forma, o
país não terá salvação enquanto os trabalhadores não perderem essa conquista.
No mundo
da realidade, a situação é muito mais grave. O Brasil está abrindo mão dos seus
instrumentos de fomento, como os bancos públicos — em especial o BNDES — e as
estatais, fundamentais para proteger a economia nacional dos devastadores
efeitos da crise global. Com a bússola ultraliberal e neocolonial apontando
para o norte, onde está a catedral do mundo financeiro conhecida como Wall
Street, o governo Bolsonaro, como havia anunciado na campanha eleitoral,
deu as costas para a dura vida dos trabalhadores desde que a marcha golpista
foi deflagrada, em meados de 2013.
Foi nesse
processo que a economia despencou para o fundo do poço da recessão, ao mesmo
tempo que a “reforma” trabalhista restituiu a base das relações sociais que
precederam a Revolução de 1930. O resultado apareceu nos dados do informe anual
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicando que o desemprego se
manterá próximo de 12% pelo menos até 2020, número que está entre os mais altos
do G-20, o grupo que reúne as maiores economias do mundo. Os jovens são as
principais vítimas dessa verdadeira catástrofe social — o número de pessoas
entre 15 e 29 anos que estão sem trabalho e fora de instituições de ensino já
ultrapassa 11 milhões.
Tudo isso
acontecendo em meio a prognósticos de mais um round da crise
global. Um deles, o da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional
n(FMI), Christine Lagarde, prevê um crescimento da economia mundial "mais
lento do que o previsto", alertando para uma eventual "tormenta"
econômica. Em janeiro, o FMI reduziu a projeção de crescimento global em 2019
de 3,7% para 3,5% devido às tensões comerciais, particularmente entre Estados
Unidos e China.
Lagarde
falou sobre o que chamou de "as quatro nuvens" que pairam sobre a
economia global, referindo-se aos conflitos comerciais, ao ajuste de juros, às
incertezas relacionadas ao Brexit e à desaceleração da
economia chinesa. Segundo ela, o conflito dos Estados Unidos com a China já
impacta o comércio, as taxas de juros e os “mercados”. Para agravar a situação,
o ajuste nos juros ocorre em um momento em que governos, empresas e os lares
acumulam "dívidas muito pesadas".
Na
Europa, com sua economia patinando, o BCE tem atuado basicamente como
salva-vidas nas crises de liquidez que atingem com frequência os bancos
centrais dos países-membros periféricos. Segundo o economista Paul Krugman, em
sua coluna no jornal The New York Times — reproduzida
pelo O Globo — os sinais latentes de agravamento da crise
global são a desaceleração na economia da China e da Europa, a guerra comercial
e a crise política nos Estados Unidos (a queda de braços orçamentária do
presidente Donald Trump com o Partido Democrata).
O governo
Bolsonaro navega nesse cenário turbulento imaginando que é uma ilha. Sem um
projeto de desenvolvimento e muito menos uma proposta para enfrenar os efeitos
da crise global, é possível prognosticar dias difíceis para o povo brasileiro.
A luta desesperada do establishment pela “reforma” da
Previdência Social, que fecharia o pacote de maldades iniciado com a “reforma”
trabalhista e a Emenda Constitucional 95 (aquela que congela os investimentos
públicos), é o mais claro sinal de que este governo tem como projeto único
administrar a economia de acordo com seus propósitos entreguistas para
alimentar a ciranda financeira. Num cenário assim, fazer oposição significa
somar todas as forças para impedir o avanço dessa política de terra arrasada.
Fonte: Portal Vermelho
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