Informativo
EDITORIAL: CRÔNICA ANUNCIADA DA DILAPIDAÇÃO E DO ENTREGUISMO
Bolsonaro
prometeu e cumpriu. Ao dar carta branca ao chamado superministro da economia
Paulo Guedes, o presidente eleito ratificou o compromisso assumido quando
abraçou o credo ultraliberal e neocolonial para ser ungido pelo mundo
financeiro como seu representante na campanha eleitoral, sobretudo no segundo
turno. Este seu pupilo é o fiador do futuro governo junto ao dito “mercado”,
não à toa empoderado por Bolsonaro para montar uma equipe afinada com o seu
programa econômico.
Guedes
tem Ph.D. na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, considerada o templo
mundial do neoliberalismo e destaque como contraponto ao keynesianismo, a
teoria do inglês John Maynard Keynes. “Privatizar só no sapatinho,
envergonhadamente, não. Tem que acelerar a privatização para jogar na área
social”, disse ele numa entrevista na sede da corretora financeira Bozano
Investimentos, no Rio de Janeiro, onde é sócio e integra seu comitê executivo —
além de ter sido um dos fundadores do banco Pactual, atual BTG Pactual — tão
logo recebeu a missão de falar sobre como seria a economia no governo
Bolsonaro.
Na
mesma entrevista, ele disse que “só social-democrata precisa acumular 400
bilhões para tocar o show”, referindo-se à reserva cambial destinada à proteção
do país em caso de choques externos e ataques especulativos.
Recentemente
ele voltou a exercitar sua predileção por ataques ao papel regulador do Estado
na economia ao dizer que o Brasil se tornou “prisioneiro dessa armadilha
social-democrata do baixo crescimento", um "inferno para os
empreendedores e o paraíso dos rentistas".
São
frases de efeito, está claro, distantes da árida realidade do neoliberalismo. O
“paraíso do rentismo” está muito bem representado em sua equipe, composta por
pessoas ligadas à Universidade de Chicago, os chamados “chicago’s boys”. O
chamado “mercado” nomeou seus preferidos, pelas mãos de Paulo Guedes,
representantes de poderosas instituições financeiras. A começar pelo indicado
para presidir o Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, executivo do banco Santander,
egresso do Banco Bozano Simonsen.
Bolsonaro
disse que Campos Neto terá o status de ministro até a “independência” do BC; a
instituição é formalmente vinculada ao Ministério da Fazenda.
O
indicado para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Joaquim Levy, também é do mundo financeiro. Ligado ao Banco Mundial, ele foi
diretor da administradora de Investimentos Bradesco Asset Management, o braço
do banco que administra fundos de investimentos.
Em
sua desastrada passagem pelo governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, como
ministro da Fazenda, ele limitou o pagamento do auxílio-doença, do abono
salarial e pensão por morte, além de aumentar a tributação sobre a folha de
pagamentos.
Também
fazem parte da equipe de Guedes, Rubem Novaes, que vai presidir o Banco do
Brasil — e já sinalizou que a orientação é enxugar e se desfazer de ativos
(privatizar) da instituição —, Pedro Guimarães, indicado para a presidência da
Caixa Econômica Federal — também com a missão de reduzir a estrutura do banco
—, Roberto Castello Branco, o indicado para comandar a Petrobras — conhecido
militante das privatizações —, e Salim Mattar — um dos maiores doadores da
campanha de Bolsonaro —, do setor de locação de veículos, para comandar a nova
secretaria de privatizações, na prática o desinvestimento do Estado.
Como
definiu o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, é “curioso existir uma secretaria
de desinvestimento” nesse momento em que “o Brasil precisa de uma organização
econômica entre o setor público e privado”. Na prática, essa equipe se
encarregará de fazer a gestão das finanças públicas, a serviço do rentismo, sem
intermediários. Ela será uma das vigas mestras do novo governo — a outra será a
superestrutura de Sérgio Moro no Ministério da Justiça —, um desenho que indica
claramente o entreguismo e dilapidação do país.
Fonte:
Portal Vermelho
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