Informativo
Denúncia desgasta Temer e reforma da Previdência sobe no telhado
Com
uma base aliada esfacelada e recorde de impopularidade, o governo de Michel
Temer já cogita abandonar a votação da reforma da Previdência, que era parte do
pacote de reformas prometido ao mercado financeiro.
Por Dayane Santos
Se
a proposta de reforma já não tinha consenso entre os parlamentares – inclusive
da base aliada – agora, diante do desgaste do governo e por exigir um quórum
especial, isto é, três quintos dos parlamentares em dois turnos de discussão, a
votação da emenda constitucional da reforma da Previdência perde força.
“Acredito
que a reforma da Previdência subiu no telhado e não será votada nessa
legislatura”, afirmou o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA). “O governo
não tem força política para garantir a aprovação, pois antes se movia para
promover reformas, agora se move única e exclusivamente para se manter no
poder. Os argumentos do governo, mais cedo ou mais tarde, vão acabar”,
completou.
O
deputado Wadih Damous (PT-RJ) lembra que a votação da reforma trabalhista
passou com certa facilidade porque se tratava de um projeto de lei
complementar, com exigência de quórum simples. “Agora, a reforma previdenciária
não. Desde o início, diversos deputados e senadores da base aliada disseram que
não iam se comprometer com ela e, sobretudo, agora com esse descrédito e falta
de legitimidade”, afirmou o deputado.
“Acho
muito difícil que essa reforma passe. Não estou dizendo que eles não pautem,
mas acho difícil que eles consigam aprovar”, completou Damous.
BASE ALIADA JOGOU A
TOALHA
Entre
os parlamentares da base aliada, o discurso também demonstra que o governo, por
enquanto, perdeu as condições de votar o tema, que foi para o banho-maria. A
conversa nos bastidores é que se entrar na pauta, o texto não será mais o
original, sendo apresentada um versão de minirreforma.
Rodrigo
Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputado, disse que a reforma vai
entrar na pauta ainda em agosto e com o texto original. Mas outros deputados da
base já admitem que, se a Procuradoria apresentar outras denúncias contra Temer
– o que deve acontecer antes da saída de Rodrigo Janot, em setembro – não
haverá chances de o texto ser aprovado ainda em 2017.
“Temos
que votar a reforma da Previdência entre agosto e setembro ou não dá mais
tempo”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP) à Reuters.
“Já
não tínhamos os 308 votos. Se for necessário [desidratar a reforma], é pouca
coisa para conseguir a aprovação”, acredita o deputado Carlos Marun (PMDB-MS),
um dos integrantes da tropa de choque do governo Temer.
Em
matéria publicada pela Folha de S. Paulo, parlamentares da base aliada
apontam a proximidade com as eleições de 2018 como um fator preocupante, já que
a população é contra a agenda de reformas.
“Não
é hora. Falei isso para o presidente numa conversa, há um mês. Disse ‘esqueça
esse assunto de Previdência’”, afirmou o líder do PSD, Marcos Montes (MG).
Na
agenda de votações da Câmara, o governo tem a denúncia por corrupção passiva,
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e a reforma política,
que por conta do calendário eleitoral deve ser votada ainda neste mês de
agosto.
A
preocupação dos deputados é que com essa pauta, a votação da reforma da
Previdência ficaria muito próxima da campanha eleitoral.
“Obviamente
só daria para votar isso agora no segundo semestre, ano que vem nem pensar”,
afirma Marcus Pestana (PSDB-MG).
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