Informativo
DE COSTAS PARA TRABALHADOR, BOLSONARO ACABA COM MINISTÉRIO DO TRABALHO
“Incorporar
a qualquer ministério a pasta do Trabalho significa que o governo Bolsonaro não
dará relevância para o problema do desemprego. Não teremos um ministério para
tratar de políticas públicas que gerem emprego e renda”, declarou o jornalista
Marcos Verlaine, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap). Divanilton Pereira, dirigente da CTB, afirmou que, na prática,
incorporar significa acabar com o ministério do Trabalho.
A
candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, Manuela d’Ávila
repercutiu nas redes sociais o fim do Ministério do Trabalho. “Bolsonaro
confirma que extinguirá o Ministério do Trabalho. No Brasil do trabalho sem
direitos, dos milhões de desempregados e do trabalho escravo que persiste,
julgam o ministério desnecessário. Que tempos estamos vivendo!”.
O
Brasil tem atualmente 12 milhões de desempregado, de acordo com Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). “Se cada desempregado tiver mais duas ou três pessoas
dependendo dessa renda teremos, a grosso modo quase 40 milhões de pessoas subsistindo
com grande dificuldade porque não tem renda fixa e nem perspectiva de futuro”,
completou o consultor do Diap.
BOLSONARO DEVE RETIRAR
DIREITOS QUE ESCAPARAM DE TEMER
“O
programa antinacional e antitrabalho do Bolsonaro só agora terá que ser
explicitado publicamente. Por isso ele fugiu dos debates, pois nestes, suas
máscaras cairiam. A incorporação do MTE a “quaisquer” outros Ministérios é uma
forma disfarçada para a sua extinção”, afirmou Divanilton ao Portal Vermelho.
De
acordo com o dirigente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB), o ministério do Trabalho mesmo com limitações estruturais recentes, atua
para minimizar as condições de desigualdade entre o capital e o trabalho. “O
atual Governo busca remover todas as formas, regulações e estruturas sindicais
que protejam os assalariados que vivem do trabalho”, alertou o
sindicalista.
Vagner
Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou em vídeo
publicado no portal Viomundo que o fim do Ministério do Trabalho significa o
fim dos direitos que sobraram e não foram retirados pelo governo de Michel
Temer. De acordo com o dirigente, Jair Bolsonaro não tem respeito pelo
trabalhador e nem pelo trabalho.
“O
fim do ministério significa que nós não vamos ter onde discutir neste governo
novo a valorização do salário mínimo, a manutenção da sua aposentadoria,
trabalhador, o seu Fundo de Garantia e as suas férias. Acabar com o ministério
é ele fazer o que prometeu que é acabar com a carteira assinado e acabar com
todos os seus direitos”, esclareceu Vagner.
FISCALIZAÇÃO VAI SENTIR
IMPACTO
Matéria
publicada na Folha de S.Paulo desta terça-feira (6) indicava que as atribuições
do Ministério do Trabalho devem ser fatiadas entre outros superministérios que
Bolsonaro começa a criar. Cogita-se que a fiscalização dos direitos
trabalhistas e trabalho escravo, por exemplo, devem ser incorporados pelo
ministério da “Família” que terá ainda temas dos direitos humanos e
desenvolvimento social.
Para
Verlaine, essa distribuição de atribuições deve agravar a fiscalização aos
direitos trabalhistas e também a fiscalização ao trabalho escravo. “Não tenha
dúvida que vai piorar muito do ponto de vista institucional e estrutural. Quem
incorpora não incorpora tudo. A perda maior é para o ministério do Trabalho que
perde orçamento, funcionários, estrutura”.
ATAQUE ÀS CENTRAIS
As
críticas feitas pelas centrais sindicais quanto ao fim do Ministério do
Trabalho não foram bem recebidas pelo futuro ministro chefe da Casa Civil, Ônyx
Lorenzoni. Segundo ele, se dependesse das centrais “o deputado Bolsonaro não
era presidente”.
“As
palavras do futuro Ministro Lorezoni, além de compatível com os objetivos
escravistas, revelam sua desqualificação para soerguer uma nação calcada na
produção e no equilíbrio de suas relações”, rebateu Divanilton.
Na
opinião de Marcos Verlaine, a crítica das centrais sobre o fim do ministério do
Trabalho é pertinente. “As centrais representam um conjunto de trabalhadores e
buscam uma relação mais equilibrada entre capital e trabalho buscando melhoria
de renda e condições de trabalho a esses trabalhadores. Lorenzoni deveria
enxergar a posição das centrais sindicais como legítimas e promover o entendimento.
As centrais podem apresentar saídas para o desemprego”.
O
agravamento do desemprego levou sete centrais sindicais a elaborarem a Agenda
Prioritária da Classe Trabalhadora, apresentada em junho, propondo 21 pontos
como saídas para a retomada do crescimento com geração de emprego e renda.
Clique AQUI para acessar.
LEIA TAMBÉM:
Bolsonaro
anuncia extinção do Ministério do Trabalho
Fonte:
Railídia Carvalho do Portal Vermelho | Foto: Reprodução da Internet
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