Informativo
MANUELA: NÃO PODEMOS ENTREGAR O PAÍS PARA AQUELES QUE ODEIAM O POVO
A
pré-candidata do PCdoB à presidência da República, Manuela D’Ávila reafirmou
nessa segunda-feira (23) durante agenda da pré-campanha em Aracaju (SE) que o
debate em torno da luta das mulheres, juventude, população negra e
trabalhadores são pilares do Projeto Nacional de Desenvolvimento defendido pelo
PCdoB. Diante de lideranças populares, dirigentes sindicais e representantes de
movimentos sociais, Manuela lembrou que "organizados temos mais
força".
“Não
podemos abandonar a esperança no nosso país. Não podemos entregar o Brasil para
aqueles que odeiam o país e que odeiam o nosso povo”, declarou a pré-candidata.
No inicio da conversa, Manuela lembrou da opção que fez aos 16 anos quando
resolver atuar na União da Juventude Socialista (UJS).
“É
extraordinário ter 21 anos, como a Ellen (presidenta da UJS de Sergipe) e acho
extrordinário ter quase 37, como eu, e poder pensar que a gente na vida pode
ser fruto e semente. Quando a gente sabe que é consequência da luta de muitos,
nesse sentido a gente é fruto mas também quando atrás da gente vem muita gente,
ou seja, ser semente, semear esperança e a luta seguir é o que faz as coisas
terem sentido”, afirmou Manu.
Manuela
recebeu do dirigente Diego Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no
Serviço Público do Estado de Sergipe (Sintrase) uma carta aberta reivindicando
uma atenção da pré-candidata aos trabalhadores do serviço público. Assim como
acontece em nível federal, esse segmento tem sido atingido pelo desmonte das
políticas públicas no Estado. O Sintrase possui na base 24 mil trabalhadoras e
é segunda maior instância do movimento sindical de Sergipe no que se refere ao
serviço público.
DESAFIOS PARA O BRASIL
A
pré-candidata saudou entidades como a Confederação Nacional das Associações de
Moradores (Conam) e a União de Negros pela Igualdade (Unegro) e ressaltou a
importância dos temas levantados pela União Brasileira de Mulheres (UBM), UJS e
Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) na construção da
pré-candidatura comunista.
Segundo
Manuela, pensar em um projeto para o Brasil passa, “necessariamente”, pelas
discussões trazidas por essas entidades. “Representam um conjunto de desafios
que o Brasil tem pela frente. Não todos mas a maior parte deles”.
“Que
Brasil é esse que nós queremos senão um Brasil em que as mulheres ocupem o
lugar que já ocupam na sociedade? Porque nós já somos as que mais
responsabilidades assumimos na sociedade. Um Brasil em que a juventude seja
vista como protagonista da construção do futuro e não como um problema para o
país e para o seu desenvolvimento. Um lugar onde o trabalho seja valorizado”,
completou.
RETOMADA DO CRESCIMENTO,
DESENVOLVIMENTO E JUSTIÇA SOCIAL
Manuela
voltou a defender que a saída para a crise brasileira deve se pautar por um
projeto nacional de desenvolvimento em que a retomada da economia esteja ligada
ao combate à desigualdade social. Ela esclareceu o projeto do PCdoB: “O que
chamamos de Projeto Nacional de Desenvolvimento é a ideia de que o país precisa
ser livre para construir o seu destino e não mandado pelos outros. E esse
destino não precisa ser o da desigualdade”, defendeu.
“É
isso que a nossa candidatura pretende fazer nesse processo eleitoral: Dizer que
é possível sair da crise, virar o carro para o outro lado. Precisamos de mais
Estado e não menos Estado. Retomar a economia combatendo a desigualdade. Porque
no Brasil a desigualdade tem cara e cor porque são as mulheres e os negros e
negras que mais sofrem com as crises. Não há como pensar a retomada da economia
e o combate à desigualdade sem colocar no centro do debate a luta das mulheres
e a luta dos negros e negras”, completou Manuela.
RECONSTRUIR O PAÍS PARA
TODOS OS BRASILEIROS
Na
opinião de Manuela as eleições de outubro são uma oportunidade para reconstruir
o Brasil. Ela lembrou que o projeto iniciado na primeira eleição do
ex-presidente Lula trazia a crença de que o Brasil podia ser um grande país. “E
nessa eleição essa proposta de Brasil será colocado à prova mais uma vez em um
outro tempo. Quem tem 20 anos nem se lembra do Brasil antes do Lula ser
presidente mas é um desafio parecido com o que temos hoje, de dizer que nós, o
povo desse país, as mulheres e os homens, podemos construir diante da crise uma
alternativa que seja para a maior parte do Brasil e não para 1%”.
Manuela
citou o projeto de governo do ex-presidente Lula, quando o Estado brasileiro
também passou a investir no norte e nordeste, regiões sempre preteridas na
distribuição dos recursos públicos. “Se o nordeste brasileiro, se Sergipe viram
e viveram nos últimos 12 anos um período de mais prosperidade por conta dos
investimentos públicos que foram feitos é porque no centro do projeto conduzido
pelo ex-presdiente Lula estavam duas questões: O combate à desigualdade
regional e reconhecer que o Estado brasileiro investiu séculos, anos, nas
mesmas regiões”.
ALCKMIN, TEMER,
BOLSONARO E MEIRELLES: PROJETO ANTIPOVO
“Tentar
colocar na cabeça do povo a ideia de que o nordeste é pobre é tirar do povo
organizado a possibilidade de fazer com que esse povo encontre seu destino de
Estado e de região rica. A gente não pode incorporar essas ideias”, ressaltou
Manuela.
Ela
lembrou que enquanto “a gente bate no Temer, o resto passa de lombo liso”. “Tá
na hora da gente começar a falar que tem um monte de gente igual ao Temer. O
projeto do Temer é o projeto do Alckmin, é o projeto do Bolsonaro, do Henrique
Meireles. É o projeto que faz o Brasil ficar ajoelhado diante dos outros
países. Que faz o brasil ser coadjuvante da sua história. É assim que a gente
quer construir o nosso futuro? Ou é tomando o destino nas nossas mãos para
realizarmos?”, questionou.
INVESTIMENTO PÚBLICO NÃO
É GASTO
Para
Manuela, o golpe de 2016 continua em curso e se expressa nas medidas que
retiram direitos do povo, dos trabalhadores, das mulheres. “Essa eleição tem
muitas disputas reunidas ao mesmo tempo. Nós viemos de um golpe. As vezes a
gente fala do golpe no passado como se tivesse acontecido só com o impeachment
sem crime de responsabilidade da Dilma (presidente eleita Dilma Rousseff). O
golpe é um processo e esse processo sem ter sido submetido às eleições coloca
no centro da saída política para a crise medidas antipovo”.
“Nós
precisamos que o Estado seja o grande maestro dessa retomada do crescimento
econômico. Mais do que isso, nós precisamos que o crescimento da economia e que
os gastos e os investimentos públicos sejam retomados no Brasil porque ao
contrário do que dizem os economistas de direita investimento público não é
gasto”, defendeu Manuela.
Ela
exemplificou que o investimento público aquece a economia. “A diferença
principal é que quando a gente gasta o nosso dinheiro ele não volta mais, porém
quando o governo gasta o dinheiro, esse dinheiro volta para o governo. Quando
alguém com a verba do bolsa família compra um quilo de feijão alguém que vende
o feijão paga imposto, quando a mulher compra o material escolar é recolhido o
imposto. Quando investe o dinheiro público a economia gira, gera emprego, daí
vem a retomada da economia e não como eles fazem congelando os investimentos
públicos por 20 anos”.
“ORGANIZADOS TEMOS MAIS
FORÇA”
Oriunda
do movimento social, Manuela afirmou o papel estratégico dos movimentos na
atual conjuntura. “Nós que fizemos, como eu ou vocês, que fazem o movimento
social, nós fizemos o caminho de acreditar que quando nos organizamos nós temos
mais força para levar as nossas ideias adiante”.
Ela
citou uma música tema de um dos congressos da UJS que dizia “organizar para
desorganizar”. “Por que ao fim e ao cabo a gente quer ter força para questionar
essa ideia de que só existe uma saída para a crise e que essa saída para crise
não leva em conta a existência de homens e mulheres, não leva em conta a
existência do ser humano e que trata todos os brasileiros e brasileiras como se
fôssemos uma linha na planilha do excel”.
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