Informativo
LEI GERAL DE DADOS: O BRASIL NA VANGUARDA DA ECONOMIA DIGITAL
O
plenário do Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (10), o projeto
que disciplina a proteção de dados pessoais dos cidadãos (PLC 53/2018). Os
senadores referendaram o texto do relator Orlando Silva (PCdoB-SP) sobre a
regulação do setor, trazendo segurança aos usuários com instrumentos para
questionar o uso indevido de suas informações por empresas e instituições.
De
acordo com o autor do relatório, Orlando Silva, foram dois anos de muito
trabalho com a realização de 13 audiências públicas temáticas aprofundando cada
assunto. “Desde o conceito de dado pessoal, o que vem a ser o consentimento, o
que é um dado sensível, como fazer a transferência internacional desses dados,
quando se aplica o legítimo interesse para o tratamento e o uso desses
dados.”
Atualmente,
pelo menos 125 países têm legislação de proteção de dados. Destes, 100 já
criaram autoridades centrais para fiscalizar a aplicação das normas. O
arcabouço jurídico europeu inspirou a proposta aprovada pelo Congresso
Nacional. Tanto as proposições do Senado como da Câmara são baseadas em normas
avançadas na legislação internacional.
Orlando
Silva acrescenta que o país se junta a diversos países do mundo, que já possuem
legislação sobre o tema. Inclusive, com resultado positivo para a economia
nacional.
“A
regulação sobre os dados pessoais pode permitir ao Brasil ser uma plataforma de
exportação de serviços. No tempo da economia digital isso tem um valor enorme.
E a regulação, tal qual foi estabelecida, vai permitir que haja atividade
econômica. Mas seja garantida a privacidade, um princípio constitucional”,
destaca o deputado, líder do PCdoB na Câmara.
O
texto disciplina a forma como as informações são coletadas e tratadas,
especialmente em meios digitais, como dados pessoais de cadastro ou até mesmo
textos e fotos publicadas em redes sociais. A proposta foi mantida na semana
passada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), conservando o conteúdo da
Câmara e indicando regime de urgência para votação no Senado.
Um
ponto nessa discussão que abrigou a unanimidade dos mais diversos setores da
sociedade é a necessidade de aprovação desta lei geral em paralelo à criação de
uma Autoridade Central de Proteção Dados (APD). A aprovação da lei sem a APD
pode representar insegurança, o que vai de encontro à proposta de criação de
uma lei geral que inspire confiabilidade.
Segundo
a coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC),
Renata Mielli, a aprovação da Lei Geral de Dados representa a vitória da luta
em defesa da privacidade, dos direitos digitais e inclusive da liberdade de
expressão. “Num ambiente de coleta e uso indiscriminados de dados pessoais, no
qual as pessoas ficam vulneráveis com relação ao poder econômico e político, a
privacidade é essencial para a garantia da liberdade de expressão”, diz.
Mielli
ressalta o papel do deputado Orlando Silva, relator do projeto, no debate da
matéria com inúmeras audiências públicas, seminários e reuniões multissetoriais
“para que se construísse uma proposta de consenso entre a sociedade, as
empresas e o governo”.
“O
resultado foi um projeto de viés protetivo, que preserva o direito de a pessoa
ser a titular de seus dados, e como tal, poder decidir quando, como, quem e em
que condições seus dados podem ser coletados e utilizados por terceiros. Isso é
fundamental para a construção de uma sociedade democrática”, conclui a
representante da Coalizão Direitos na Rede.
A
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) enfatiza que todas as entidades
envolvidas com o tema, “sem nenhuma exceção, foram partícipes na construção do
projeto de lei e estamos votando algo que é uma unanimidade”.
Relator
do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Ricardo Ferraço
(PSDB-ES) salientou que a regulação do tema já é uma realidade no resto do
mundo. “Mais de 100 países já colocaram de pé leis e diretrizes de proteção de
dados no ambiente da internet. A internet não pode ser ambiente sem regras. A
privacidade é um valor civilizatório”, afirmou.
Na
América Latina, a Argentina já tem a Lei de Proteção de Dados Pessoais desde
2000, sendo o primeiro país latino-americano a ganhar certificação da União
Europeia como país adequado às exigências do bloco. Uruguai, Chile, Colômbia,
Costa Rica, Peru e México são outros exemplos.
Muito
da Lei Geral de Dados incorpora a experiência europeia, que defende e protege a
privacidade desde a 2ª Guerra, na época em que não existia ambiente
virtual.
O
projeto que coloca o Brasil na vanguarda da revolução das redes sociais e da
economia digital agora vai à sanção do presidente Michel Temer.
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