Informativo
ELEIÇÃO PODE CONSAGRAR PACTO EM DEFESA DO PAÍS, DIZ MANUELA A CENTRAIS
A
pré-candidata do PCdoB à presidência da República, Manuela d’Ávila, foi a
primeira presidenciável a receber de representantes das 7 centrais sindicais a
Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, com 22 pontos formulados de forma
unitária com principais pontos de interesse dos trabalhadores.
“As
propostas visam uma retomada do crescimento econômico no sentindo de produzir
desenvolvimento e que tenha um impacto de curto prazo na redução do altíssimo
desemprego e da subutilização da força de trabalho em que 28 milhões de
brasileiros atualmente somam esse contingente”, disse Clemente Ganz Lúcio,
diretor-técnico do Dieese na abertura do ato na sede da instituição que
coordenou a elaboração do documento.
Entre
as propostas apresentados na Agenda está a revogação de todos os pontos
negativos da reforma trabalhista e a Emenda Constitucional 95, do teto de
gastos que congela os investimentos por 20 anos, impondo restrição no orçamento
– principalmente nas áreas de programa sociais.
“Temos
um enorme acordo, pois essa agenda já a nossa”, afirmou Manuela durante o
encontro. “O conjunto de temas tem relação com o Brasil, com a defesa dos
nossos interesses e o projeto de desenvolvimento nacional que defendemos”,
completou a pré-candidata, reafirmando a revogação da reforma trabalhista e da
emenda do teto de gastos como parte de sua agenda de propostas.
Mas
ela fez questão de pontuar que o centro do seu projeto, assim como propõe as
centrais, é a retomada do crescimento. “É preciso ter um projeto que retome a
atividade industrial e que coloque no centro medidas mais estruturantes”, disse
“Para
nós, diferentemente dos que deram o golpe, a eleição é o que pode consagrar um
pacto nacional em defesa de um projeto de país. Eu tenho esperança, expectativa
e trabalho com a ideia de que a gente conquista a nossa quinta eleição
consecutiva porque não perdemos eleição desde 2002. E desde 2002, o projeto que
o povo aprova é esse [Agenda das centrais]. Se a gente conseguir falar, e eu
tenho conseguido um pouco, a gente vence. E vocês são imprescindíveis para
isso”, declarou.
Manuela
destacou a importância do movimento sindical e da força que as centrais
acumulam quando atuam de forma unitária.
“O
papel da ação conjunta das centrais sindicais na construção da greve que barrou
a reforma da Previdência reforçou o papel que vocês podem ter nos ajudando a
barrar o processo do golpe. E a força que vocês têm para apresentar essa agenda
e de como a gente pode promover reformas no Brasil mais estruturais vinculada a
um projeto de desenvolvimento que valorize o trabalho”, reconheceu a pré-candidata.
Ela
enfatizou que a sua pré-campanha não pensa em outra alternativa que não seja a
vitória do campo progressista nas eleições. “como já disse, para nós a eleição
não é um episódio conjuntural. Para nós é urgente interromper esse projeto que,
mesmo diante de um governo sem legitimidade e autoridade, que em menos de dois
anos materializa um conjunto de desmonte do estado e dos direitos do nosso povo
que nenhum governo antes conseguiu fazer”, advertiu.
LIDERANÇAS
Adilson
Araújo informou durante o evento que estava se licenciando da presidência da
CTB para integrar a equipe de coordenação da pré-campanha de Manuela, que por
sua vez, disse que a participação de Adílson era a “maior expressão do
engajamento” da sua pré-campanha com a agendo da classe trabalhadora.
Segundo
ela, Adilson será “uma segunda Manuela”. “Nós seremos dois. Eu e ele viajando o
Brasil, mobilizando as trabalhadoras e trabalhadores, as mulheres e a juventude
porque acreditamos que é possível disputar esses 40% ou 50% da fatia da
população que não acredita mais nas eleições”.
Ao
fazer uma análise da conjuntura política e econômica, Adílson destacou a
importância do debate com candidaturas como a de Manuela e outras figuras do
campo de esquerda que disputam as eleições, como canais de interlocução com a
classe trabalhadora.
“O
movimento sindical vai resistir a todo custo a essa agenda nociva contra os
interesses da Nação que depõe contra o Estado Democrático de direito, fere a
Constituição, rasga a CLT e impõe dificuldades ao movimento sindical”,
argumentou ele, afirmando que o golpe “produziu a maior regressão assistida
desde a década de 40”.
Para
o sindicalista, o grande desafio é a industrialização e a geração de empregos.
“Diante da crise que estamos mergulhados, algo precisa ser feito. E a proposta
apresentada pelas centrais é uma atitude madura e pode servir de norte para a
sair da crise”, concluiu.
O
secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que a central “não tem a menor
dúvida” do compromisso da pré-candidatura de Manuela com a classe trabalhadora
e reforçou que o desafio é barrar a agenda do governo de Michel Temer.
“Com
o golpe que a gente sofreu com o afastamento da presidenta Dilma, quem assumiu
tinha um projeto muito claro de desmonte da organização sindical que foi feito
com a reforma trabalhista. O processo de soberania que o nosso país tinha
construído perante o mundo e a ideia de industrializar o Brasil está sendo
abandonada. Vivemos um processo de desindustrialização violento, além da ameaça
de entrega da Petrobras e do setor elétrico, que são de fundamental importância
para qualquer país que queira ser desenvolvido com uma indústria forte”,
criticou.
João
Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, afirmou que a Agenda
Prioritário das centrais “é uma espécie de parâmetro para aquele que for
eleito” e disse que a candidatura de Manuela “está no polo daquelas que estão a
favor dos trabalhadores”.
O
presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que o desemprego também tem como
causa o que chamou de “quarta revolução industrial”. Ele citou que mais 30% do
desemprego no setor do comércio é resultado do e-comerce, ou seja, das compras
feita pela internet “que não funciona com pessoas, mas com inteligência
artificial”.
“Qual
é o emprego que vamos gerar e de que forma vamos gerar inclusão social? Quais
as políticas que vamos defender?”, indagou o dirigente da central, que defendeu
a realização de uma reforma política que promova mudanças profundas na
estrutura do estado.
Ribamar
Passos, secretário de relações sindicais da Intersindical, disse que depois do
golpe de 2016, o trabalhador brasileiro “passou a comer menos e ter menos
esperança diante do desemprego e da miséria”.
Ele
lembrou que além de eleger um presidente comprometido com os interesses
nacionais, é preciso mudar o perfil do Congresso Nacional “para que tenhamos
parlamentares com um olhar mais humano para os trabalhadores”.
Luiz
Gonçalves (Luizinho), presidente estadual da Nova Central São Paulo, disse que
a expectativa dos trabalhadores é a de que candidatos com o compromisso de
Manuela sejam eleitos.
“Esperamos
que candidatos como você sejam eleitos para que a gente possa voltar a
prosperar como foi nos governos do qual o Partido Comunista participou com Lula
e efetivamente proporcionou todo o desenvolvimento. Lamentavelmente, com o
golpe, estamos no retrocesso”, salientou.
Juarez
Marques, da CSB, também classificou o governo Temer como um retrocesso.
“Esperamos que a esquerda se unifique para enfrentar esse governo que está
desmontando o país. Esse é a ânsia das centrais e de todo o povo brasileiro”,
frisou.
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