Informativo

14/07/2017

"A luta em defesa dos direitos dos trabalhadores vai continuar", avisa presidente da CTB-RS

Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS e da Fecosul (Federação dos Comerciários do RS) , que esteve em Brasília com dirigentes sindicais da entidade, na última terça-feira (11/7), acompanhando a votação do PL 38/2017, usou a palavra resistência, para resumir o posicionamento da entidade daqui para frente.

“O pior aconteceu, mesmo com mais de 85% da população brasileira sendo contrária a aprovação da reforma, os senadores, em sua maioria, votaram com o governo, a favor do texto, atacando, mais uma vez, a classe trabalhadora do nosso país. A nós cabe a resistência, dia após dia, nas ruas, nas negociações com os empregadores e no judiciário, visto que a maioria das alterações são inconstitucional”, afirmou Vidor.

O texto-base da reforma trabalhista, proposto pelo governo Michel Temer no ano passado e articulada pelo empresariado, foi aprovado no Senado, na noite da última terça-feira, por 50 votos a 26 – com uma abstenção. O projeto prevê mais de 200 alterações em trechos da CLT, com destaque para pontos que poderão ser negociados diretamente entre empregadores e empregados, trabalho intermitente, terceirização plena, redução de horário de alimentação para 30 minutos, limitação da justiça do trabalho, trabalho insalubre para mulheres grávidas, enfraquecimento dos sindicatos, dentre outros temas.

A reforma, no entendimento do movimento sindical e demais entidades que debatem e vivenciam o mundo do trabalho diariamente, como OAB, Amatra, Agetra, Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho, apresenta vários pontos de inconstitucionalidade e representa o maior retrocesso da história brasileira, pois fragiliza tanto as relações de trabalho como a justiça do trabalho.

Em ato realizado no dia da votação, em frente ao TRT, em Porto Alegre, a presidente do Tribunal, a desembargadora Beatriz Renck, falou em prejuízo aos trabalhadores e destacou algo ainda mais grave. “As leis trabalhistas, no Brasil, são protetivas, pois não existe uma relação de igualdade entre os que precisam do emprego para sobreviver e aqueles que os empregam. Com a reforma, a proteção ao trabalhador diminui e a exploração aumenta”, resumiu a desembargadora.

Por Juliana Figueiró Ramiro / Fecosul

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