Informativo
Altamiro Borges: Economia afunda, mas a mídia esconde
Apesar da falsa euforia da
mídia chapa-branca, corrompida com milhões em publicidade oficial, a economia
brasileira segue patinando.
Por Altamiro Borges*
Na semana passada, o Banco
Central divulgou que ela encolheu 0,56% em janeiro, o que jogou um balde de
água fria nas previsões otimistas de Henrique Meirelles, o “sinistro” da
Fazenda do covil golpista de Michel Temer. O estudo não virou manchete nos
jornalões e nem foi motivo de comentários ácidos dos ex-urubólogos da imprensa.
O IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) apontou a contração
em vários setores – com exceção do agronegócio. A produção industrial mostrou a
mais forte retração nos últimos dois anos ao encolher 2,4% em janeiro, na
comparação com dezembro. Já o volume de serviços recuou 1,9% no mesmo período,
no pior resultado para janeiro em seis anos.
O desastre, porém, não inibiu
a mídia chapa-branca, que continua jurando que “a situação está ruim, mas vai
melhorar”. O seu esforço para manipular a sociedade é descarado. Ela evita dar
destaque às péssimas notícias do cotidiano. Na semana anterior, uma nota bem
minúscula da Folha informou que “o número de micro e pequenas indústrias
paulistas que realizaram algum investimento caiu em fevereiro deste ano em
relação a janeiro. Cerca de 15% aportaram recursos no próprio negócio, uma
queda de um ponto percentual, segundo o Simpi (sindicato do setor) ... ‘Para a
micro e pequena indústria, ainda há um aprofundamento da crise: investimento
baixo, crédito escasso e perda de empregos’, diz o presidente do Simpi”.
Já a revista Época também
postou outra notinha miúda na segunda-feira (19): “Pesquisa realizada pela
Fecomercio mostra que houve fechamento de quase 18 mil postos de trabalho no
estado de São Paulo no mês de janeiro. A capital responde por quase um terço do
total. De acordo com a entidade, o recuo no número de vagas é natural para
janeiro pois sucede o Natal, ocasião em que as contratações crescem. Os setores
mais atingidos com o fechamento de postos foram: vestuário, tecidos e calçados
e supermercados. Atualmente há mais de dois milhões de empregos formais no
varejo paulista”. Ou seja: 18 mil pessoas são jogadas no olho da rua, mas para
a revista da golpista famiglia Marinho isto é “natural”.
A quebradeira das empresas –
com a multiplicação de placas de “vende-se” ou “aluga-se” – pode ser vista nas
ruas de várias cidades do país. Mas a mídia insiste em ocultar o desastre. Em
fevereiro, a própria Confederação Nacional do Comércio (CNC), que teve papel
ativo na desestabilização do país e na cavalgada que alçou ao poder a quadrilha
de Michel Temer, confirmou a tragédia. Segundo seu estudo, que também foi
abafado pela imprensa, 226,5 mil lojas fecharam as portas no ano passado – um
recorde histórico. Em 2016, ano do golpe, já tinham sido fechados 105,3 mil
estabelecimentos comerciais em todo o país. Apesar da tragédia, a golpista CNC
garante que “a previsão é de alguma recuperação para 2018”. E tem otário que
acredita!
Em tempo: Neste esforço para
iludir os brasileiros, a mídia chapa-branca deu manchetes e soltou rojões com a
notícia de que o “Brasil registrou a criação de 61.188 novas vagas com carteira
assinada em fevereiro de 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo Ministério do
Trabalho. O resultado é o melhor para o mês desde 2014, quando foram criadas
260.823 vagas. Em fevereiro de 2017, foram criados 35.612 postos de trabalho” –
comemorou o Estadão. Em editorial publicado neste sábado (24), a própria Folha,
mais cautelosa, evitou a euforia.
"O balanço do emprego
formal de fevereiro apresentou notícias positivas, mas ainda frustrantes. Criaram-se
mais vagas com carteira assinada do que no mesmo mês de 2017 (61,2 mil contra
35,6 mil), mostra o Caged. Entretanto os números vieram abaixo das previsões de
economistas do setor privado – e restam setores e regiões em crise”. O jornalão
da famiglia Frias até ensaia uma crítica suave ao covil golpista. “A gestão
Michel Temer não conseguiu deslanchar um programa de concessões de obras e
serviços para a iniciativa privada... Em suma, a recuperação do mercado de
trabalho formal permanece lenta. Indica reticência e capacidade ociosa nas
empresas. A escassez de vagas de melhor qualidade é, decerto, um obstáculo à
expansão do consumo e da economia”.
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