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10/11/2025

LULA ABRE A COP 30: "É MOMENTO DE IMPOR NOVA DERROTA AOS NEGACIONISTAS"

Presidente discursou na abertura oficial da Conferência sobre a Mudança do Clima, em Belém (PA), que acontece até 21 de novembro.

Por Murilo da Silva

A COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima) teve os trabalhos abertos oficialmente nesta segunda-feira (10), em Belém (PA). O presidente Lula discursou durante o ato para lideranças políticas e delegados da Conferência, ocasião em que pediu maior financiamento às ações ambientais em detrimento às guerras, assim como rebateu os negacionistas climáticos.

O embaixador André Corrêa do Lago foi nomeado oficialmente o presidente da Convenção por um período de 12 meses, recebendo o posto de Mukhtar Babayev, que organizou o evento anterior, em Baku, no Azerbaijão.

Desafio

O presidente Lula iniciou sua fala destacando o desafio de realizar a COP 30 em Belém: “desafio tão grande quanto acabar com a poluição do planeta Terra.”

Segundo Lula, seria mais fácil ter realizado a COP 30 em uma cidade brasileira com maior infraestrutura, principalmente hoteleira, no entanto, aceitou o desafio de levar para Amazônia “para provar que quando se tem disposição política, quando se tem vontade e compromisso com a verdade, a gente prova que o homem não tem nada que seja impossível, o impossível é não ter coragem de enfrentar desafios”.

Investimento ambiental

Na sequência, Lula reforçou o apelo que une pacifismo e preservação ambiental. De acordo com o presidente, se “os homens que fazem guerra estivessem aqui [COP 30], eles iriam perceber que é muito mais barato colocar um trilhão e trezentos bilhões de dólares para a gente acabar com o problema climático, do que colocar dois trilhões e setecentos bilhões de dólares para fazer guerra”.

O presidente ainda ressaltou a RIO 92 como berço da criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), pontuando que a ocasião foi um marco para o multilateralismo na área, que agora volta ao Brasil, sua “terra natal”, onde foi criada.

Amazônia no centro do debate

O líder brasileiro exaltou que a comunidade política e científica reunirá esforços nas próximas duas semanas em que Belém será a capital do mundo para tomar decisões sobre o futuro do planeta.

“A Amazônia não é uma entidade abstrata. Quem só vê floresta de cima desconhece o que se passa à sua sombra. O bioma mais diverso da Terra é a casa de quase 50 milhões de pessoas, incluindo 400 povos indígenas, dispersos por nove países em desenvolvimento, que ainda enfrentam imensos desafios sociais e econômicos. Desafios que o Brasil luta para superar com a mesma determinação com que contornou as adversidades logísticas inerentes à organização de uma conferência desse porte”, declarou.

Lula ainda destacou os feitos na Cúpula do Clima, que antecederam a Conferência, em que foi lançado o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, angariando US$ 5,5 bilhões para o financiamento climático, e foi adotada a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, com o apoio de 43 países e da União Europeia. 

Derrota aos negacionistas

As tragédias climáticas foram lembradas pelo presidente para evidenciar a urgência do debate: “A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro. É uma tragédia do presente. O furacão Melissa que fustigou o Caribe e o tornado que atingiu o Estado do Paraná, no Sul do Brasil, deixaram vítimas fatais e um rastro de destruição. Das secas e incêndios na África e na Europa às enchentes na América do Sul e no Sudeste Asiático, o aumento da temperatura global espalha dor e sofrimento, especialmente entre as populações mais vulneráveis.”

Repetida como um mantra por Lula, a afirmação de que a “COP30 será a COP da verdade” foi reforçada por ele.

Nesse sentido, pregou contra as fake news (notícias falsas) e o negacionismo climático, utilizados por líderes irresponsáveis para justificar a continuidade da exploração predatória dos recursos ambientais.

“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, salientou o presidente brasileiro.

Ele ainda fez a indicação de que sem o Acordo de Paris o mundo estaria fadado a um aquecimento catastrófico de quase cinco graus até o fim do século. Portanto, entende que as decisões já celebradas apontaram para a direção certa, porém estão na velocidade errada de implementação.

“No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a um grau e meio na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr”, explicou.

Fonte: Portal Vermelho

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