Informativo
Temer pedala usando FGTS para garantir votos para Previdência
O governo de Michel Temer está correndo contra o tempo para tentar aprovar a reforma da Previdência depois do Carnaval. Enquanto discursa afirmando que a economia está recuperada e que o Brasil vai de vento em popa, o governo promete até o que não tem para angariar os 308 votos necessários para aprovar a proposta.
E manobrar é o verbo mais conjugado desse governo quando o assunto é votação. Depois de engavetar duas denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, usando mais de R$ 2 bilhões em emendas parlamentares, o governo agora partiu para a pedalada fiscal.
Diferentemente do governo Dilma Roussef, que utilizou empréstimos junto a banco público para pagar programas sociais, Temer sancionou lei que permite à Caixa tomar emprestados R$ 15 bilhões do FGTS - dinheiro do trabalhador - para ampliar a concessão de crédito do banco.
Vale lembrar que, o Ministério Público Federal (MPF) concluiu que os empréstimos feitos pelo governo Dilma não configuram crimes e decidiu pelo arquivamento da investigação aberta para apurar possível infração penal.
Agora com Temer, os créditos disponibilizados pela Caixa têm sido usados pelo Planalto como moeda de troca junto a governos estaduais e municipais para coagir parlamentares indecisos ou contrários à reforma da Previdência por conta da impopularidade da proposta.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), confessou que estava condicionando a aprovação de financiamento da Caixa solicitado por governadores e prefeitos a votos das bancadas em favor da reforma.
Além de criminosa, a manobra revela que a economia está em situação dramática. Com um rombo fiscal estabelecido como meta de R$ 159 bilhões de déficit, o governo não tem como garantir o recursos aos Estados, já que se fizesse o rombo fiscal seria ainda maior do que o previsto. Então resolveu abocanhar os recursos do FGTS, que é a única segurança do trabalhador em tempo de desemprego em alta.
Apesar da medida ter sido aprovada pelo Congresso (em tempo recorde de 7 dias), a manobra tem todas as características de pedalada fiscal. O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda vai analisar a manobra.
REGRA DE OURO
Mas o governo tenta se garantir ao propor uma emenda que altera a chamada "regra de ouro" da responsabilidade fiscal. Trata-se do princípio estabelecido no inciso III do artigo 167 da Constituição, que determina que o governo não pode tomar dinheiro emprestado para pagar suas despesas do dia a dia, apenas para honrar dívidas e fazer investimentos.
De acordo com a Constituição, o total emprestado pelo governo na rubrica "endividamento" deve ser inferior à soma da rubrica “despesas de capital”. Mas a equipe econômica e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia estão empenhados em mexer nessa regra para autorizar o governo de emitir dívida para pagar despesas correntes, empurrando a conta para os futuros governos.
Significa dizer que, além de impor o ajuste fiscal com o congelamento de investimentos por 20 anos - afetando principalmente saúde e educação -, o governo quer repassar o rombo nas contas para frente. Um completo desastre que compromete a economia e o desenvolvimento social do país.
A proposta é um verdadeiro escândalo. Se o impeachment foi aprovado com base na tese de pedalada fiscal, o que diriam se a presidenta eleita tivesse proposto tal medida? Qual seria o tamanho do pato inflável da Fiesp?
Em entrevista ao Valor Econômico, o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, disse que é preciso mudar a Constituição para eliminar a regra porque o "texto da Constituição é incompleto".
"O problema é que você não pode fazer o orçamento prevendo o descumprimento. Ela só prevê o caso de se houver problema durante a execução", disse.
Segundo ele, diante da impossibilidade de cumprimento do dispositivo em 2019, o governo quer criar uma regra "transitória, condicionada a restrições orçamentárias", como corte de despesas obrigatórias, nos moldes do teto de gastos. "Precisamos preparar a legislação para que o próximo governo, ao assumir, não tenha um colapso derivado da regra de ouro", disse.
A verdade é que o governo não tem de onde tirar dinheiro para cumprir a lei de responsabilidade e que mudá-la para impedir o impeachment. a proposta já tramita na Câmara feita pelo deputado Pedro Paulo (MDB-RJ) prevê a suspensão da regra de ouro durante a vigência do teto para gastos públicos, até 2026.
Todo esse esforço do governo para aprovar a reforma não deve resultar em votos, já que a proposta de mudar a regra de ouro só aumento o descrédito do governo quanto a sua política econômica.
Fonte: Dayane Santos do Portal Vermelho, com informações de agências | Foto: Marcos Corrêa/PR - Fotos PúblicasVeja mais
-
TST define que pontos da lei trabalhista só valem para novos contratos
Parecer de uma comissão de ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) indica que reforma trabalhista, em vigor desde o dia ...09/01/2018 -
Demissão em massa não exige negociação com sindicato, diz Gandra
As chamadas demissões em massa não exigem qualquer negociação prévia com o sindicato da categoria, nem acordos coletivos, de aco ...09/01/2018 -
Contee reitera luta sem trégua contra a proposta que acaba com a aposentadoria
A Câmara dos Deputados quer votar a toque de caixa a reforma da Previdência. "Não vamos dar trégua, vamos mobilizar os trabalhad ...08/01/2018 -
CHOMSKY: COM LULA, BRASIL VIROU UM DOS PAÍSES MAIS RESPEITADOS DO MUNDO
247 - O filósofo e linguista norte-americano Noam Chomsky, que assinou o manifesto em defesa da candidatura Lula, avaliou que o ...07/01/2018 -
Fim do Orçamento Participativo e cerco a protesto: conheça Marchezan
Prefeito de Porto Alegre ganhou destaque por pedir o envio de tropas do Exército à capital gaúcha no dia do julgamento de L ...07/01/2018 -
DEFESA DE LULA: “ESSE PROCESSO É UMA AFRONTA ÀS GARANTIAS FUNDAMENTAIS”
247 - Os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins, responsáveis pela defesa do ex-presidente Lula, responderam a perguntas da ...05/01/2018 -
Com reformas de Temer, Brasil empobrece e cai em rankings internacionais
O resultado do golpe de maio de 2016 está colhendo frutos amargos, após a implementação de um pacote que desmonta o Estado, cort ...05/01/2018 -
Desmonte em 2018: Temer ameaça cortar salários de servidores e pensões por previdência
Em entrevista ao jornalista Domingos Fraga, publicada no R7 no final de dezembro de 2017, Michel Temer afirmou que, se sua ...04/01/2018 -
Guilherme Mello: Feliz ano velho ou feliz ano novo?
Sempre ao início de um novo ano os economistas são consultados, seja para diagnosticar o ano anterior, seja para utilizar seus o ...04/01/2018 -
MP 795: se não é trilhão, o que é então?
Autor da “Nota Técnica do Trilhão” apresenta argumentos adicionais para sustentar sua posição técnica de que interpretações do a ...03/01/2018 -
FHC afirma que os pobres brasileiros toleram a corrupção
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) declarou: “Aqueles que dão às ...03/01/2018 -
Dez retrocessos de 2017 e o que esperar de 2018
A cada final de ano, sempre se costuma fazer o balanço de avanços e atrasos na vida do povo. Mas neste 2017, cheio de acontecime ...01/01/2018 -
Com Temer, reajuste do salário mínimo é o menor dos últimos 24 anos
Em pronunciamento de fim de ano em cadeia de rádio e TV, Michel Temer disse que a economia do país está "em ordem" e que está "m ...31/12/2017 -
Temer recua e reedita portaria que liberava trabalho escravo no país
O governo publicou no Diário Oficial dessa sexta-feira (29) nova portaria sobre trabalho escravo. Depois de receber uma chuva de ...30/12/2017 -
Contas públicas fecham novembro com déficit de R$ 909 milhões
Enquanto Michel Temer e parte da grande mídia diz que a economia está se recuperando, os dados do próprio governo vão desmontado ...29/12/2017 -
Lutar pela educação pública, democrática e inclusiva vale muito a pena
A CTB dá tanta importância para a educação que no seu 4º Congresso Nacional, no mês de agosto, em Salvador, criou a Secretaria d ...29/12/2017 -
“Temer deveria comemorar o Natal no Dia 1º de Abril”, dispara Requião
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que o Natal de Michel Temer deveria ser em 1º de Abril, Dia da Mentira, tal a quantida ...28/12/2017 -
Temer ignora 12,3 mil desempregados e diz que reforma criou empregos
Surfando nas onda das ficções natalina, Michel Temer tenta criar um mundo imaginário de vantagens promovidas pela suas reformas. ...28/12/2017 -
Medidas de Temer em 2017 atingiram principalmente os mais pobres
A sensação de insegurança causada pelo aumento do desemprego, o retorno da fome e da miséria e os cortes nos direitos sociais sã ...27/12/2017 -
Racismo brasileiro mostra a perversidade da onda conservadora que assola o país
As ofensas racistas se acirraram nas redes e nas ruas. Em 2017, as feras se soltaram e perderam a vergonha. Muitas pessoas negras ...27/12/2017