Informativo
DESEMPREGO DO GOVERNO BOLSONARO DEIXARÁ SEQUELAS PARA ALÉM DA PANDEMIA
Por
Mariana Mainenti
Os elevados níveis de desemprego e de
subocupação, atingidos pelo Brasil durante o Governo Bolsonaro, só poderão ser
revertidos com uma virada na política econômica. Sob a cartilha do ministro
Paulo Guedes, avesso à presença do Estado na economia, o mercado de trabalho
chegou a um patamar de precarização em que o desenvolvimento do país ficou
comprometido para além dos efeitos da pandemia.
O alerta é do sociólogo Clemente Ganz Lúcio,
ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), segundo o qual há postos sendo retomados agora, mas
ainda em patamar de insegurança pelo nível da pandemia. No segundo trimestre de
2021, o desemprego ficou em 14,1% medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
“No ano que vem, como está sendo indicado um
crescimento muito baixo da economia brasileira, vão permanecer o desemprego, a
informalidade e a precarização elevada como características presentes na
economia brasileira”, prevê o sociólogo.
Ele lembra que o Brasil passa por um longo período de desindustrialização, desde os anos 1990, processo que foi desacelerado apenas no Governo Lula, que trouxe a perspectiva de um projeto de desenvolvimento em que o Estado tinha um papel industrial: “Não é o caso do governo Bolsonaro. Mas, na América Latina, ou o governo faz isso ou não será o mercado que vai ditar uma economia exitosa desse tipo”.
Clemente
Ganz Lúcio
INFORMALIDADE
Com a desindustrialização, os melhores postos
de trabalho são atingidos, ocasionando perda de renda e de capacidade de
consumo, o que rebate em outros empregos mobilizados pelo emprego industrial.
“A pandemia se sobrepôs a essa dinâmica de baixo crescimento econômico e
desindustrialização. E, como o impacto da crise sanitária foi bastante grande
especialmente no setor de serviços, tende a ser agravado o problema da
informalidade. A informalização somente não cresceu porque foram destruídos
também postos de trabalho informais”, ressalva.
O especialista lembra que, embora o país
tenha a categoria do Microempresário Individual (MEI) como instrumento para
enfrentar a informalidade, os MEIs são postos de trabalho com baixa renda. “Não
adianta ter MEI se a renda é tão baixa que a pessoa não consegue contribuir com
a Previdência porque precisa usar essa renda para comer”, critica.
FALTA
DE INVESTIMENTOS
Na opinião do ex-diretor técnico do Dieese,
ainda que conforme a vacinação avance a tendência seja de que o desemprego se
reduza, o país não conseguirá voltar ao patamar de postos de trabalho anterior
à pandemia: “Algumas atividades não retomam. Vai depender da perspectiva
econômica do Brasil daqui para a frente, mas o contexto político torna o
cenário muito nebuloso e os investidores não têm segurança de fazer
investimentos”.
Neste sentido, as sequelas deixadas pelo Governo
Bolsonaro ao trabalhador brasileiro não serão curadas no curto-prazo. “A
economia voltada para o investimento, a pesquisa em inovação, o adensamento da
base industrial, puxam um setor de serviços mais dinâmico, mais moderno, de
melhor qualidade. Esse ciclo mais estruturante propicia um mundo do trabalho
mais protegido. Mas, sempre que é perdido o dinamismo industrial e, portanto,
há um desincentivo a investimento em educação, o que se tem é o aumento da
defasagem entre a tecnologia e a formação dos trabalhadores”, disse Ganz Lúcio.
“É o que está acontecendo durante o Governo Bolsonaro. “As pessoas não investem
em formação de ponta porque vão trabalhar como Uber. E, para reverter esse
processo, apenas um mandato de governo não resolve: podem ser necessárias até
duas décadas de política continuada”, estima.
Fonte:
Portal Vermelho
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