Informativo
BOLSONARO MANDA TRABALHAR, MAS NÃO HÁ EMPREGO
Por
Mariana Branco
O presidente da República, Jair Bolsonaro,
agora admite mais uma rodada de auxílio emergencial em um valor reduzido. No
entanto, não cessa de frisar que o benefício é temporário e prejudicial às
contas públicas. Nesta quarta-feira (10), voltou a falar nesse tom. Em discurso
a prefeitos no Ministério da Educação disse que o auxílio é “endividamento” e que é preciso “voltar a
trabalhar”.
Algo que o presidente parece esquecer, ou
finge não saber, é que não há trabalho para todos. Segundo os dados mais
recentes da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o Brasil fechou o quarto trimestre de 2020 com 14,1 milhões de
desempregados. O governo federal não tem qualquer plano para inserir esse
contingente no mercado de trabalho.
Também não há instrumento para ajudar as
empresas a evitar novas demissões, em meio a um crescimento do contágio da
Covid-19. O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que
permitiu a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornadas nos meses
iniciais da pandemia em 2020, deixou de vigorar em 31 de dezembro e não foi
renovado.
Segundo Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e
assessor do Fórum das Centrais Sindicais, o país está sem políticas em um
momento em que a economia ainda está distante da recuperação. Ele afirma que o
dinamismo da atividade econômica está muito aquém do necessário para gerar
empregos.
“O dinamismo no segundo semestre [de 2020]
não é consistente com a noção de que a economia estava se recuperando em V. A
dinâmica do quarto trimestre foi mais fraca que no terceiro, provavelmente
indicando que no primeiro trimestre, ou mesmo no primeiro semestre de 2021, o
crescimento será negativo. É uma dinâmica que não sustenta a criação de
empregos, nem repõe as ocupações destruídas durante a pandemia.”
O especialista diz que boa parte da
recuperação no segundo semestre do ano passado veio do pagamento do auxílio
emergencial. “Os indicadores começam a apontar para uma grande fragilidade da
economia, ausência de renda para os mais pobres e vulneráveis e a desproteção
dos salários com o aumento do desemprego. Isso faz reduzir a massa salarial na
economia, o que reduz o consumo, o que reduz a produção. Portanto, é um efeito
dominó que afeta a atividade econômica”, afirmou.
Segundo Clemente, para criar postos de
trabalho seria necessário investimento público. “Esperar do Paulo Guedes e do
Bolsonaro uma política de um estado produtor, de tração na economia, não está
na agenda desses caras. Estão dizendo que tem que esperar o setor privado,
responsável por dar tração, por fazer investimentos. Isso não acontece em nenhum
lugar do planeta. Não há esse tipo de iniciativa sem que venha de um estado que
mobilize sua capacidade de investimento”, disse.
O economista Paulo Kliass afirma que, ao
dizer que o pagamento do auxílio emergencial é “endividamento”, Bolsonaro não
traz nada de novo. “Qualquer cidadão sabe que programas de políticas públicas
têm um custo orçamentário, um custo fiscal. É normal que seja assim. O que não
é normal é que o governo oriente toda sua política econômica para essa obsessão
que o Paulo Guedes tem de gerar, a todo custo, superávit primário [economia
para pagar os juros da dívida].”
De acordo com Kliass, o baixo dinamismo da
economia brasileira não surgiu ontem. “O Brasil está desde 2015, alternando
recessão com momentos de crescimento em torno de 1%. Essa situação se tornou
mais grave com o advento da pandemia. Estamos há vários anos com um desemprego
estrutural elevadíssimo, de 11%, 12%, e nenhum dos governos se preocupou em
solucionar essas questões. Pelo contrário, fizeram reformas trabalhistas que fragilizaram
as condições de trabalho. A reforma precarizou o mercado de trabalho, e o
trabalho informal, que era exceção, tornou-se regra. É uma loucura do ponto de
vista humano e macroeconômico”, comentou.
Fonte: Portal Vermelho
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