Informativo
AUXÍLIO DE 600 REAIS MELHOROU A ECONOMIA; APÓS O CORTE POBREZA VOLTA A CRESCER
O
auxílio emergencial ajudou a levantar a economia e também a reduzir a pobreza
“para o menor patamar em nada menos do que 40 anos”. Mas a redução pela metade
do valor do benefício já está pondo a perder parte dessa conquista. É o que
mostra estudo do pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV),
Daniel Duque, divulgado pelo Valor Econômico nessa quarta (18).
O jornal aponta que “a eventual extinção
pura e simples do benefício, sem nada que beneficie ao menos parte da população
vulnerável, em um ambiente de emprego ainda escasso e educação insatisfatória,
representaria uma séria volta atrás”.
Segundo o estudo, em agosto o auxílio emergencial levou a pobreza para o menor patamar desde a década de 1980. Até então, o melhor momento havia sido em 2014, quando a população em extrema pobreza representava 4,5% do total ou pouco mais de 9 milhões de pessoas, e viviam abaixo da linha da pobreza 22,8%, ou 46,2 milhões.
“A
faixa da população na extrema pobreza, que vivia com menos de US$ 1,9 por dia,
de acordo com a definição do Banco Mundial, caiu para 2,3%, o equivalente a 4,8
milhões de pessoas. Os números são praticamente metade dos registrados em maio,
um dos momentos mais agudos da crise, quando 4,2% da população viviam em
extrema pobreza, ou 8,8 milhões de pessoas. Já o segmento considerado pobre,
com renda diária inferior a US$ 5,5 também pelo parâmetro do Banco Mundial, era
de 18,4% da população, ou 38,9 milhões de pessoas em agosto, bem abaixo dos
23,7% de maio, ou 50 milhões de pessoas”.
CORTE
NO AUXÍLIO
O corte do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, em
setembro, entretanto, fez a pobreza voltou a crescer.
“A taxa da extrema pobreza subiu para 2,5% da população,
englobando 5,2 milhões de pessoas, ou 400 mil a mais do que no mês anterior.
Enquanto a faixa vivendo na pobreza aumentou para 19,4% da população,
equivalente a 41,1 milhões de pessoas, ou nada menos do que 2,2 milhões a mais
– a população de Manaus ou quase uma Belo Horizonte”, afirma o jornal.
E a perspectiva não é boa. Para o pesquisador Daniel Duque, conforme informou o Valor, “a situação dos mais pobres será na prática ainda pior em consequência do aumento da inflação, que vem atingindo principalmente os alimentos”.
O
jornal chamou de “insensata” a ideia de retirar a rede de proteção “em momento
em que a economia ainda patina e o mercado de trabalho custa a reagir”, e
acrescentou que a taxa de desemprego em 14,4% no trimestre encerrado em agosto,
está bem acima dos 11,7% do fim de 2019.
PARAS
AS CENTRAIS SINDICAIS ISSO NÃO É NOVIDADE
Para os sindicalistas estas conclusões não chegam a ser
novidade. Em setembro, logo que foi anunciado o corte no auxílio de 600 para
300 reais, as centrais Força Sindical, CUT, UGT, CTB, CSB e Nova Central
afirmaram, em artigo publicado na Folha
de São Paulo, que o Brasil vivia “um impasse entre preservar a
proteção econômica à população afetada pela pandemia do coronavírus, por um
lado, ou o arrocho da proteção social que levará ao aumento da fome, da miséria
e da violência, por outro” e que “a escolha entre um caminho e outro marcará os
rumos da nossa história”.
No artigo as centrais questionaram de “seremos um país de
miseráveis ou um país que conseguiu atravessar a pandemia de forma responsável
e construtiva” levantando que “o horizonte, nessa perspectiva de redução do
auxílio emergencial, é o aumento de pessoas vivendo nas ruas, saques, revoltas
e criminalidade, entre outras mazelas. A continuidade do auxílio emergencial de
R$ 600, por outro lado, tem o potencial de conter esse cenário trágico”.
Fonte: Rádio Peão Brasil
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