Informativo
EDITORIAL: BOLSONARO E O PREÇO ALTO DOS ALIMENTOS
Há uma série de fatores a serem considerados
para se formar um juízo coerente sobre a disparada dos preços dos alimentos.
Entre eles estão a alta do dólar, a demanda chinesa, europeia e asiática, além
do período de entressafra em algumas regiões do planeta. Há ainda a alta dos
preços ao consumidor no mundo todo e políticas monetárias menos austeras, como
é o caso dos Estados Unidos com a decisão do Federal Reserve (o banco central
daquele país) de permitir que a inflação ultrapasse a meta de 2%. O Banco Central
Europeu (BCE) também vem adotando juros entre -0,5% e 0%.
Internamente, deve-se considerar o avanço da
desindustrialização, causado basicamente pela associação entre juros ainda
relativamente altos – que atraem capital especulativo para o país –, câmbio
flutuante e excessiva liberalidade para o fluxo de capitais. Uma política bem
diferente do que faz a China, por exemplo. Com o agravante de que não há o
menor sinal de mudança, mesmo em relação a redução de juros para patamares
semelhantes ao norte-americano e ao do BCE.
Com essa política, o país fica exposto à
overdose de emissões de dólares, que se transformam em capitais especulativos e
fluem para cá para girar no circuito financeiro alimentado pelos juros da
política monetária brasileira. Não há no país defesa contra a máquina de
fabricar inflação e valorização cambial em poder dos países ricos – sobretudo
os Estados Unidos –, que segue obstinadamente apegado ao dogma neoliberal do
câmbio flutuante. Pesa também na alta do dólar os dados da economia – que se
arrasta numa recessão sem fim a vista –, indicando que a taxa de juros
precisaria cair mais.
Além do fluxo financeiro parasitário que suga
a economia nacional, essa política favorece as exportações – mais reais
trocados por cada dólar obtido no mercado externo –, a principal causa da alta
dos preços dos alimentos. Outra causa é a pressão da demanda doméstica,
aquecida pelo pagamento do auxílio emergencial, mesmo com o país colhendo uma
safra recorde de grãos em 2020, um fator que deveria ser aproveitado para fazer
expandir a produção e a retomada da economia.
Mas o consumo de massas é uma ideia proscrita
no projeto do governo Bolsonaro, regido pelo ideário ultraliberal e neocolonial
do seu ministro da Economia, Paulo Guedes. As travas em relação à ideia de
estímulo ao consumo básico por amplas massas estão no fato de que ele sempre
foi privilégio de poucos. Questões como a melhoria dos níveis de renda e dos
investimentos para favorecer o crescimento econômico e o desenvolvimento social
não entram como a alma da economia nas teses bolsonaristas.
São os devotos dos dogmas neoliberais, que
almejam um corte radical no tamanho do Estado para moldá-lo aos interesses do
fluxo financeiro parasitário. Ignoram a lógica simples de que fórmulas
financeiras não devem substituir o desenvolvimento de um povo que habita um
país repleto de riquezas, como o seu vasto território de terras agricultáveis
altamente produtivas. A política econômica de um país não pode ser determinada
somente por conceitos monetários.
Esse descaso com o consumo popular de gêneros
de primeira necessidade esclarece muitas coisas sobre a natureza desse governo.
Ele está inserido no âmbito da completa ausência de empatia do presidente e do
seu governo com o povo, manifestada em atitudes como a sabotagem ao
distanciamento social para conter a expansão da pandemia por Bolsonaro e os
empecilhos à implementação do auxílio emergencial, das medidas de amparo às
pessoas que ficaram sem fonte de renda, da ajuda aos estados e municípios e do
socorro às empresas micro, pequenas e médias.
Fonte:
Portal Vermelho
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