Informativo
EDITORIAL: REFORÇAR A PROTEÇÃO À CLASSE TRABALHADORA NA VOLTA DAS ATIVIDADES
À medida em que as mortes pela Covid-19
crescem no Brasil, fica mais nítida a forma desigual, do ponto de vista social,
das vítimas. A doença não escolhe as vítimas, mas a classe trabalhadora, a
população pobre das metrópoles e das cidades do interior, são a ampla maioria
dos atingidos. Muitas pesquisas mostram que essa desigualdade se manifesta em
questões como a precariedade dos hospitais públicos e dos meios de transporte,
as condições sociais históricas e as precariedades da infraestrutura. Os dados
indicam, por exemplo, que as pessoas negras são a maioria dos mortos.
Conforme demonstram cientistas da
Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), num estudo, realizado na cidade de São Paulo, com apoio do Instituto
Semeia e participação de profissionais do Laboratório Fleury e do Ibope
Inteligência, a divisão por faixa de renda indica mais risco para os mais
pobres. Os testes positivos representaram 22% no setor de menor renda (até R$
3.349); 18,4% no de renda intermediária (R$ 3.350 a R$ 5.540); e 9,4% em maior
renda (R$ 5.541 ou mais).
São os moradores das periferias e de outras
localidades pessimamente servidas de infraestrutura, expostos ao contágio no
trânsito para chegar ao trabalho ou voltar para casa, e mesmo no exercício de
suas funções. Atingidas pela conduta irresponsável do governo do presidente
Jair Bolsonaro em relação à pandemia de Covid-19, são obrigados a se submeterem
a riscos constantes, sem a garantia de que, em caso de contágio, possam receber
tratamento adequado.
Esse quadro grave decorre, evidentemente, de
uma atitude deliberada do presidente Bolsonaro de ignorar a ciência e o rigor
sanitário no combate à pandemia. Sua indiferença diante de questões cruciais
como o auxílio emergencial de R$ 600 – que precisa ser prorrogado pelo menos
até dezembro –, o socorro às empresas que garantem a maioria dos empregos e
suporte financeiro e material aos estados e municípios é uma prova dessa
irresponsabilidade.
Outras, igualmente incontestáveis, é a sua
pregação fanática dos milagres da cloroquina e o seu discurso sistemático
contra o isolamento social. Fica evidenciado nesses dois casos que Bolsonaro,
além de serviçal dos que se beneficiam da sua política de não ceder de forma
consentida um centavo de recurso público para enfrentar as causas e os efeitos
da pandemia, usa sua ideologia obscurantista e suas concepções obtusas contra
os protocolos científicos.
Dessa combinação, essencialmente perversa,
resultam as circunstâncias que obrigam o povo a se movimentar em situações
perigosas na busca da sobrevivência. Não há sequer condições para que haja uma
ação mais organizada e mais numerosa dos trabalhadores exigindo a adoção de
medidas sanitárias referentes ao transporte coletivo – como lotação reduzida e
maior número de veículos em circulação – e ao estabelecimento de medidas de
proteção nos locais de trabalho.
Como defende a OMS e autoridades sanitárias
do país é imperativo que no ambiente de trabalho, além de se cumprir o
protocolo das outras medidas sanitárias, seja realizado frequente testagem dos
trabalhadores(as) e rastrear os contatos daqueles estão com o vírus e promover
isolamento social dos infectados, assegurando o tratamento a todos.
Bolsonaro, além da sua omissão e das suas
ações criminosas, intensificou o desmonte da institucionalidade que poderia
agir nesse momento, atacando as instâncias da Justiça do Trabalho e a estrutura
sindical. Ele sempre deixou bem estabelecido que entre o capital e o trabalho
sua opção não seria pelos trabalhadores, independente de qualquer
condicionalidade. Ficou famosa a sua síntese que limita essa contradição
fundamental ao dilema entre mais direitos e menos empregos ou mais empregos e
menos direitos.
Como se sabe, os direitos foram quase todos
eliminados e a promessa de mais empregos mostrou-se essencialmente
bolsonarista. Ou seja: uma farsa e uma manobra vil para tentar enganar
desavisados. Era óbvio que essa equação não passava de uma armadilha, uma falsa
dicotomia típica de quem tem hábito falar de um jeito e agir de outro. O
objetivo único era o de jogar mais um peso enorme nas costas dos trabalhadores,
fazendo-os pagar o preço da crise.
Mesmo com essas adversidades, cumpre aos
trabalhadores e a sua representação sindical e política, em primeiro lugar,
buscar somar forças para conter essas irresponsabilidades criminosas. Não é
admissível a continuidade de um governo com essas características, agindo
diuturnamente para que as trágicas estatísticas de mortes sigam inalteradas.
Somar forças e ampliar ao máximo o leque de opositores a esses crimes é uma
tarefa imediata. O povo não pode continuar pagando essa conta pesada, imposta
por um criminoso à frente do governo da República.
Fonte: Portal Vermelho
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