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"Eu tenho a convicção de que ele [Bolsonaro] vai exercer o poder absoluto, se puder. Ele não é um democrata" | Foto: Reprodução SBT "Eu tenho a convicção de que ele [Bolsonaro] vai exercer o poder absoluto, se puder. Ele não é um democrata" | Foto: Reprodução SBT
25/05/2020

HADDAD DIZ QUE DEMOCRACIA CORRE RISCO E PEDE IMPEACHMENT DE BOLSONARO

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) acredita que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um candidato competitivo nas eleições de 2022.

Para o petista, o cenário preocupa porque Bolsonaro não tem compromisso com a democracia.

"Se fizer uma pesquisa no Brasil de quantas pessoas querem a volta da ditadura, vai ver que esse número quase nunca foi inferior a 20%. E o Bolsonaro de alguma maneira representa esse anseio. Quem vota no Bolsonaro de certa maneira tem a esperança de que ele venha a fechar o regime. Fechar o Congresso, cassar a oposição, fechar o Supremo. Acho que existe da parte de 15%, 20% da população uma má-compreensão do que é a democracia”, afirmou em entrevista ao programa Poder em Foco, do SBT.

Para continuar: “Existe um contingente de brasileiros que apoia regimes de força. É uma coisa antiga. Se você rememorar nossa história republicana, a quantidade de vezes em que a violência foi adotada para resolver problemas é muito frequente. Tem no imaginário das pessoas a ideia de que a força, a violência, vai resolver os problemas econômicos e sociais do país”, declarou o ex-ministro da Educação. 

"Eu tenho a convicção de que ele [Bolsonaro] vai exercer o poder absoluto, se puder. Ele não é um democrata. Ele cultiva a ditadura", reforçou.

Uma saída, segundo Haddad, é o impeachment.

“Independentemente de ser possível ou não o impeachment do Bolsonaro, sou plenamente favorável ao afastamento em virtude dos crimes de responsabilidade que ele já cometeu”, confimou.

“Pra mim, um presidente que instaura o caos, que joga a população contra os seus prefeitos, contra o seu governador, contra o Poder Judiciário, contra a Polícia Federal, este governante não tem condições, numa crise deste tamanho, de permanecer no poder. Cometeu pelo menos 3 tipos previstos na Constituição considerados crimes de responsabilidade”, prosseguiu.

União pela democracia

Na entrevista, o petista apontou o risco de uma polarização se repetir em 2022 e pregou a união por um bem maior.

“Tivemos 3 candidatos do PSDB a governos estaduais muito importantes (Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul) que aderiram no 2º turno à candidatura de Jair Bolsonaro. Então conduziram o país para essa nova polarização”, disse.

“Creio que hoje tanto o governador João Doria, quanto o Eduardo Leite, talvez o próprio Anastasia, reconheçam que o país esteja em risco sob a Presidência do Bolsonaro”, acrescentou.

“Os democratas do país não podem estar desunidos diante de uma ameaça extremista. Óbvio que a democracia exige alternância no poder, isso é normal. Mas uma coisa é você perder para alguém que vai respeitar as instituições, as regras do jogo, que não vai colocar o país em risco. Outra coisa é 1 extremista”, concluiu.

Fonte: ConversaAfiada

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