Informativo

19/09/2017

Meirelles apela e pede orações pela economia

Economistas alinhados ao atual governo costumam se esforçar para passar a ideia de que as decisões econômicas que tomam e defendem são técnicas, exatas e distantes da política. Mas, de olho nas eleições de 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou a tal racionalidade neoliberal de lado para agradar aos evangélicos. Em vídeo que circula no Whatsapp, gravado para pastores, ele diz que precisa "da oração de vocês" para que o país volte a ter emprego para todos.

Na gravação, ele afirma que “nunca houve uma recessão como esta”, e pede “uma oração” pela economia. Segundo a assessoria do ministro, a mensagem foi gravada no sábado, e enviada à Assembleia de Deus em Madureira, no Rio, que realizava um evento naquele dia. Como não poderia comparacer ao comprimisso, Meirelles enviou o vídeo.

“Desde o início do ano passado, estamos nesse projeto de tirar o Brasil da maior recessão da nossa história. Nunca houve uma recessão como esta. (...) Nossa meta é fazer com que este país volte a ter emprego para todos. Para isso, preciso contar com a colaboração de vocês. Me sinto à vontade falando com vocês, porque temos os mesmos valores, a lei de Deus e dos homens, visando crescer. Preciso da oração de todos”, diz o ministro no vídeo. 

Depois da sua fala, gravada de forma amadora, o vídeo termina com as frases "Vamos ajudar o Brasil" e "Outubro, mês de oração pela economia" escritas sobre a imagem de árvores.

Ocorre que o ministro que prega rezar contra a recessão tem adotado medidas que vão na direção contrária da retomada. É o caso da Emenda Constitucional que congelou os gastos públicos por 20 anos, impedindo que o Estado possa atuar para dinamizar a economia; da reforma trabalhista, que deve dinamitar o mercado interno, tirando poder de compra do trabalhador; e do desmonte dos bancos públicos, que deixam de atuar como instituições de fomento ao desnevolvimento. 

O nome de Meirelles tem sido cogitado por caciques do PSD, partido ao qual ele é filiado, para a disputa presidencial de 2018. Na semana passada, o líder da legenda na Câmara, Marcos Montes (MG) disse que o titular da Fazenda tinha recebido com "entusiasmo" o convite da bancada para concorrer ao Planalto. 

Meirelles correu para negar. Em sua conta no Twitter, escreveu que se sentia "muito honrado" com a manifestação dos deputados do PSD, mas que estava "concentrado" em seu trabalho no Ministério. 

O ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD, também já afirmou que o partido gostaria de lançar Meirelles como pré-candidato à Presidência.

Fonte: Portal Vermelho | Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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