Informativo

03/07/2019

EX-JUIZ TENTA TAPAR O SOL COM PENEIRA, MAS É DESMASCARADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

O ex-juiz Sergio Moro, agora na condição de ministro do governo Bolsonaro, não conseguiu esconder o constrangimento e o desconforto durante o depoimento que prestou nessa terça-feira (2) na Comissão de Constituição, Justiça e Soberania da Câmara dos Deputados. O chefão da Operação Lava Jato foi submetido a um bombardeio de críticas e perguntas que não quis ou não conseguiu responder, escorregando num cipoal de contradições e mentiras.

Conforme ressaltaram os parlamentares, a Vaza Jato, iniciada pela Intercept Brasil e agora com o concurso da Folha de São Paulo e outros veículos, revelou crimes gravíssimos do ex-juiz, que violentam a estrutura democrática do Estado.

FORA DA LEI

A professora Marcivania do Socorro, vice-líder do PCdoB na Câmara, disse que o algoz de Lula violou nada menos que 18 dos 37 artigos do Código da Magistratura, razão pela qual um grupo de 30 juízes de vários estados brasileiros pediram a suspensão cautelar de Sergio Moro da Associação dos juízes federais do Brasil.

A pretexto de combater a corrupção o ex-juiz agiu como um fora da Lei. Cometeu vários crimes, atropelando a Constituição, o Código Penal e o Código de Ética da Magistratura. A garantia de um julgamento imparcial e a presunção da inocência são dois princípios essenciais que o atual ministro do governo de extrema direita desrespeitou.

LISTA DE ILEGALIDADES

Entre as ilegalidades praticadas por Moro e elencadas pelos parlamentares constam a condução coercitiva de Lula, em março de 2016, mesmo mês em que ocorreu a divulgação de gravações telefônicas entre Lula e Dilma, violando as leis brasileiras sobre as competências do STF. Lembraram ainda que, em dezembro daquele mesmo ano, ele participou de evento da revista Isto É, quando confraternizou com políticos do PSDB. Já em vídeo em 2017 apareceu ao lado de procuradores da República, sem observar a separação necessária entre acusador e julgador.

A postura que confunde acusação com julgamento remete ao sistema inquisitório medieval. A Santa Inquisição, que ficou registrada na história como uma aberração, não fazia esta distinção, quem julgava também acusava. Nas fogueiras da Santa Inquisição morreram muitos inocentes, inclusive o filósofo Giordano Bruno.

LIBERDADE DE IMPRENSA

A tentativa de intimidar o jornalista Glenn Edward Greenwald, com a utilização da Polícia Federal (a ele subordinada), foi denunciada obviamente como um inadmissível atentado à liberdade de imprensa.

As muitas contradições de Moro foram expostas. Ele não nega a autoria das mensagens, mas cuida de desqualificá-las e levanta dúvidas sobre a autenticidade, ao mesmo tempo em que se escuda no argumento de que são frutos de vazamentos “criminosos”, esquecendo que promoveu vazamentos ilegais e defendeu a validade de provas ilícitas.

Embora não admita publicamente a autenticidade das mensagens, o cara de pau reconheceu implicitamente a verdade nelas contidas ao gravar um áudio pedindo desculpas aos extremistas do MPL por tê-los chamado de tontos em conversa com o procurador Deltan Dallagnol. Com a ajuda da Globo e da extrema direita Moro tenta tapar o Sol com peneira, mas tá difícil.

Fonte: Umberto Martins – Portal CTB

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